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Moradores de Paranavaí pedem solução para som alto e bagunça aos fins de semana

Praça da Xícara é um dos locais com mais movimento de madrugada. Donos de bares e munícipes conversam com o Portal da Cidade sobre essa e outras situações

Publicado em 28/04/2022 às 11:44
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Milhares de jovens são flagrados na Praça da Xícara aos finais de semana. (Foto: Idalice Faria/Reprodução/YouTube)

O som alto, a bagunça e a sujeira já não são novidades nos finais de semana na Praça da Xícara e no entorno da Praça dos Pioneiros, onde há bares e restaurantes movimentados de Paranavaí. Essas situações estão causando transtornos não só para os moradores, mas também para os donos dos estabelecimentos, cantores e músicos, que estão pedindo uma mudança na legislação para que possam trabalhar em segurança.

O Portal da Cidade conversou com empresários e moradoras de Paranavaí que estão envolvidos nas denúncias de perturbação de sossego. De um lado, munícipes afirmam que ficam sem dormir todos os finais de semana por conta do som alto. De outro lado, proprietários de bares afirmam que não podem parar de trabalhar, mas garantem que farão o possível para mediar os conflitos com os vizinhos.


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PRAÇA DA XÍCARA

Idalice Faria, de 57 anos, mora ao lado do Garden Bar e Restaurante, que fica na esquina da Praça da Xícara. Ela e a família estão no endereço há quase 30 anos e diz sofrer, há dois anos, com a perturbação de sossego devido ao som alto, vindo do bar e das pessoas que frequentam a praça.

"Já fiz várias reclamações na prefeitura, na Polícia Militar e até entrei com ação judicial. Até agora não tive nenhuma resposta favorável. O problema é que o bar não tem isolamento acústico apropriado. Uma vez medi os decibéis dentro do meu quarto e chegou a 119. Minhas janelas chacoalham quando tem bandas ao vivo", relata a moradora.

Idalice ressalta que também se preocupa com a aglomeração de pessoas na Praça da Xícara, que coloca em risco a segurança da família, pois já teve o quintal da casa invadido três vezes nos finais de semana. Em uma das situações, dois homens tentaram arrombar a porta da casa da mãe dela, de 92 anos, que fica no mesmo terreno.

"O problema está se agravando cada vez mais porque a Praça da Xícara virou uma "boate a céu aberto". Mais de mil pessoas se juntam todo final de semana e passam a madrugada no local. Tem carros que param para vender bebidas. Já vi menores consumindo álcool e drogas. Mesmo o Garden desligando o som, a bagunça continua na rua até clarear o dia. Pedimos socorro!", lamenta. 


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O proprietário do Garden Bar e Restaurante, Adriano Cegate, conversou com o Portal da Cidade e afirma que está fazendo melhorias no estabelecimento para evitar que o som atrapalhe os vizinhos. Ele disse que a reforma, acompanhada por um engenheiro, pretende "conter" o público que, muitas vezes, fica na área externa.

"As pessoas que frequentam a Praça da Xícara não são nossos clientes. Eles não entram, não pagam e não consomem no bar. Levam as próprias bebidas e ainda fazem sujeira na praça, muitos relacionam a bagunça ao Garden e isso nos atrapalha. Temos nosso valor, não somos baderneiros. Quanto ao som alto, nos comprometemos em resolver o problema. Quanto à sujeira na Praça da Xícara, penso que o Poder Público deve resolver", explica Cegate. 


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PRAÇA DOS PIONEIROS

O problema do som alto não acontece somente na região da Praça da Xícara, mas também nas mediações da Praça dos Pioneiros. A moradora Marisa Mendes, de 59 anos, alega que faz dois anos que passa boa parte dos finais de semana sem descansar. Ela mora há 15 anos no apartamento, que fica entre o Boteco do Neto e outro bar, que também tem música ao vivo.

"Sabemos que não podemos pedir silêncio absoluto, mas queremos ao menos um barulho razoável para descansar. Estamos em um "corredor", pois percebemos que o movimento de veículos aumentou muito. Os condutores passam pela Praça da Xícara e descem até a Praça dos Pioneiros, muitos buzinando e acelerando os veículos", expõe a moradora.

Ela lembra que já conversou com o proprietário do Boteco do Neto e reconhece que o som não vai até a madrugada. No entanto, declara que a frequência de dias de movimento faz com que o descanso seja mais difícil. A moradora diz que algumas pessoas usam os portões das residências próximas como banheiro. Assim como Idalice, Marisa também registrou boletim de ocorrência e contatou o Ministério Público.

"Entendo que a cidade precisa crescer e que todos precisam trabalhar, mas nós precisamos descansar. Existe uma lei que fala sobre isolamento acústico e do uso das calçadas, mas isso não é cumprido aqui. Já vi pessoas usando parte da rua. A situação da Praça da Xícara é ainda pior. Os jovens de hoje confundem diversão com algazarra. Falta orientação e fiscalização por parte das autoridades", conclui.



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O Portal da Cidade conversou com o proprietário do Boteco do Neto, Nelson Costa Neto, que disse que já desligou o som do local em algumas situações e mediu 71 decibéis só com a conversa dos clientes. Segundo ele, isso mostra que a lei municipal, em que permite o máximo de 60 decibéis, das 19h às 22h, é inviável para trabalhar com ou sem som ao vivo.

Quanto aos vizinhos, Neto conta que vê publicações nas redes sociais com informações falsas sobre o estabelecimento. "Os meus shows ao vivo acabam 23h30, já vi vídeos e ameaças ao bar no Facebook dizendo que fico até de madrugada. Isso causa transtorno ao comércio, pois parece que somos bandidos. Com as reuniões que estão sendo realizadas, farei o possível para uma conciliação", promete Neto.


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Neto e Cegate são dois dos empresários que participaram da reunião realizada na Casa da Cultura ainda neste mês, junto com cantores e músicos. Idalice e Marisa são apenas duas de muitos moradores que pedem mais segurança, orientação e fiscalização, tanto nos estabelecimentos, quanto nas mediações de ambas as praças.


Fotos e vídeo: enviados pelas moradoras entrevistadas

Nota da redação

O Portal da Cidade entrou em contato com outros moradores que se dizem incomodados com o som alto nas mediações da Praça dos Pioneiros, mas não obteve retorno.

A próxima reportagem com mais detalhes sobre o assunto será feita, exclusivamente, com o prefeito de Paranavaí, Carlos Henrique Rossato Gomes (Podemos).

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