Com a chegada do verão aumenta o número de visitantes no Litoral
paranaense e cresce a incidência de casos de acidentes envolvendo águas-vivas e
caravelas. Na temporada, o número de acidentes com esses animais chega a
triplicar. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde reforça a necessidade de
os banhistas ficarem atentos.
Embora a maioria das ocorrências seja de baixa gravidade, é importante
adotar algumas medidas preventivas e saber como proceder caso ocorra um
acidente com águas-vivas. De acordo com o chefe da Divisão de Vigilância de
Zoonoses e Intoxicações da Secretaria da Saúde, Francisco Gazola, a difusão de
informações falsas ou o desconhecimento podem levar a pessoa a adotar
procedimentos que agravam a lesão.
“Caso ocorra um acidente, o banhista deve evitar tratamentos caseiros,
porque eles podem apenas mascarar os sintomas. Na praia, a orientação é que o
banhista vá até um posto do Corpo de Bombeiros para receber os primeiros
cuidados”, esclarece Francisco.
Ele ressalta que o atendimento feito pelos bombeiros, em que se aplica
vinagre na lesão, é o ideal quando o caso não é grave. Outra ação é limpar o
local, sem esfregar, com a água do próprio mar. Água mineral ou água doce não
devem ser utilizadas, já que ativam as micropartículas de veneno dos animais,
agravando a lesão.
VENENO – A maioria das pessoas chama as lesões provocadas por contato da pele com as águas-vivas e caravelas de queimadura, mas o que ocorre é uma forma de envenenamento. Esses animais possuem células conhecidas como cnidócitos, com estruturas capazes de injetar toxinas na pele das pessoas, causando a sensação de dor intensa e queimação, podendo causar inflamação e mesmo necrose da área. Em casos mais graves, o veneno pode provocar arritmias cardíacas, alteração no tônus vascular e insuficiência respiratória por congestão pulmonar. Há relatos ainda de dor de cabeça, náuseas, vômitos, febre e espasmos musculares.
Confira as dicas para prevenir acidentes:
- Esteja sempre em área protegida por guarda-vidas
- Pergunte ao bombeiro sobre as condições da água e se há presença de águas-vivas
- Saia da água imediatamente ao avistar águas-vivas
- Evite entrar no mar sozinho ou à noite
- Não toque nos animais, mesmo aqueles que estejam aparentemente mortos na areia
da praia.
Veja como deve ser o tratamento
- Em caso de contato com águas-vivas, busque atendimento em um posto de
guarda-vidas
- Lave o local com água do mar, nunca com água doce ou outra substância, como
álcool e urina
- Não esfregue as mãos na área afetada
- Aplique vinagre na área atingida para neutralizar ação da toxina
- Casos mais graves, como grande área corporal atingida ou que envolvam pessoas
alérgicas, devem ser encaminhados aos serviços de saúde para tratamento
adequado
Em caso de dúvidas, ligue para o Centro de Controle de Envenenamentos –
telefone 0800 410148.