Os agentes de endemias de Paranavaí trabalharam esta semana
com visitas domiciliares em todos os bairros da cidade para fazer o primeiro
Levantamento de Índice Rápido do Aedes (LIRA). O resultado é preocupante. O
índice, que era de 3,6 (médio risco) em novembro, praticamente não baixou. O
novo LIRA registrou média de 3,2 (também médio risco), o que revela o ritmo
acelerado de proliferação das larvas do mosquito Aedes aegypti e mantém as
chances de uma nova epidemia na cidade.
Para a realização do novo LIRA, a Vigilância em Saúde
dividiu a cidade em cinco setores de fiscalização. Um dos setores está com alto
índice de infestação - 6,1. Os outros quatros setores estão na faixa de médio risco,
com índices entre 2,3 e 2,6. No total, foram inspecionados 2.062 imóveis entre
os dias 7 e 10 de janeiro (de segunda a quinta-feira).
A região com maior infestação de larvas é a que
abrange os jardins Santos Dumont, Ipê e Vila Operária. Nestes locais o índice é
de 6,1. “Principalmente nesta região, o alerta é total. Nossas equipes já estão
iniciando nesta sexta-feira (11) um trabalho rigoroso de bloqueio nestas
áreas”, aponta o assessor da Vigilância em Saúde, Randal Fadel Filho.
A região que abrange os jardins São Jorge, Santa Maria,
Matarazzo, Vista Alegre, Simone e Três Conjuntos apresenta risco médio, com
2,6. Em seguida aparecem as regiões dos jardins: Ouro Verde, Ouro Branco e
Sílvio Vidal (2,5); e Sumaré, Morumbi, Jardim das Nações, Vila Paris, América e
Parque Industrial (2,4). O menor índice registrado foi na região do Centro e
Jardim Guanabara (2,3).
Entre os locais onde foram encontrados criadouros de larvas
do Aedes, o maior percentual (50%) está nos depósitos móveis encontrados nos quintais
das casas, como vasos, frascos com água, garrafas retornáveis, bebedouros de
animais, sanitários e canos sem uso que ficam abertos, etc. Em seguida,
aparecem os resíduos sólidos descartados irregularmente em terrenos baldios
(19,1%), como pneus, recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucata e
entulhos de construção. Em terceiro lugar estão os recipientes que acumulam
água em nível de solo (17,6%), como baldes e barris que os moradores usam para
captar águas das chuvas.
“Precisamos começar a redobrar os cuidados agora neste
período de intenso calor e chuvas constantes. A circulação viral está
aumentando e temos um novo tipo de mosquito asiático (albopictus) já detectado
na cidade. Em Cianorte, muito próximo de nós, já há casos postivados do zika
vírus, que também é transmitido pelo Aedes. Por isso, os cuidados com as
gestantes precisam ser redobrados. Infelizmente, a população continua
descartando pneus e lixo em locais inadequados, e cuidando mal dos quintais e
da separação dos materiais recicláveis que podem acumular água. Se não houver
um comprometimento maior, o risco de uma epidemia é grande”, frisa Randal.
Preocupada com os números, a Vigilância em Saúde já convocou
uma reunião com o Comitê de Combate à Dengue para a próxima terça-feira, dia
15, para apresentar os números e discutir estratégias de combate ao mosquito em
Paranavaí.