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Para Vigilância, reprodução do mosquito da dengue está acelerada

Segundo a fiscalização, a realidade deste início de ano é preocupante, especialmente porque muitos moradores têm colaborado com a proliferação das larvas

Publicado em 18/01/2018 às 06:23

(Foto: di)

“Estamos trabalhando com o sinal de alerta vermelho ligado. O primeiro LIRA deste ano apontou um índice de 2,5 (médio risco), mas nós estamos considerando que o índice real é o dobro disso: 5%. Isto porque nós fazemos o levantamento com amostragem por regiões e algumas vezes podemos visitar imóveis que estão em situação menos crítica e aquele local que está com uma infestação muito alta pode não ter sido visitado durante a pesquisa para o LIRA. O que sabemos, com certeza, é que a reprodução do mosquito da dengue está em ritmo acelerado em Paranavaí”. A avaliação foi apresentada pelo assessor da Vigilância em Saúde, Randal Fadel Filho, na primeira reunião do Comitê Municipal de Combate e Prevenção à Dengue, realizada nesta quarta-feira (17).

Segundo o assessor da Vigilância, a perspectiva da rapidez de reprodução do mosquito se justifica por um dos casos atendidos nos últimos dias. “Nós finalizamos o LIRA na sexta-feira, dia 12, e na segunda (15) retornarmos nos imóveis visitados que estavam com índice de infestação de larvas. Na sexta foi feita a limpeza dos criadouros e na segunda, os mesmos imóveis já estavam infestados novamente. Trabalhamos com a ideia de que no final do ano passado tivemos períodos longos de estiagem e os mosquitos colocaram muitos ovos. Agora, com as constantes chuvas, esses ovos estão eclodindo de uma vez e provocando uma proliferação muito rápida”, explicou.

Para a Vigilância, esta realidade no início do ano é muito preocupante, especialmente porque muitos moradores estão acumulando água das chuvas e colaborando para a proliferação das larvas. “Neste período de intenso calor e chuvas constantes, é preciso redobrar os cuidados”, reforçou Randal.

Atualmente, a Vigilância em Saúde tem 42 agentes de endemias trabalhando em campo, fazendo visitas aos 50.964 imóveis cadastrados no município. A cobertura total é de 2.073 quarteirões da cidade. Além disso, a Vigilância faz vistorias quinzenais em 174 pontos estratégicos, onde há maior possibilidade de haver criadouros de larvas do Aedes aegypti, como borracharias, ferro velho e armazenadores de recicláveis.

Assim que houver um bom período de estiagem, a Vigilância em Saúde vai coordenar e organizar mutirões pontuais para tentar amenizar a situação nos pontos mais críticos da cidade. As instituições que compõem o Comitê de Combate à Dengue devem participar dos mutirões.

Números da dengue – Em 2017, a Vigilância em Saúde notificou 627 casos suspeitos de dengue em Paranavaí. Destes, 25 foram confirmados (positivos) e 602 negativados. O último caso positivo na cidade foi registrado no dia 1º de dezembro. Também foram confirmados três casos de Chikungunya no ano passado.

O primeiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes (Lira) de 2018 em Paranavaí revelou uma preocupação: o índice subiu de 0,6 (baixo risco) em outubro de 2017, para 2,5 (médio risco) nos primeiros doze dias deste ano, aumentando em quatro vezes as possibilidades de proliferação das larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Chinkungunya e Zika. O atual índice significa que de cada 1.000 imóveis vistoriados, em pelo menos 25 foram encontrados focos de dengue. O número ficou duas vezes e meia acima do máximo tolerável pelo Ministério da Saúde, que é de 1%.

Para o levantamento, a cidade foi dividida em cinco setores de fiscalização. Todos eles estão com médio índice de infestação. No total, inspecionamos 2.266 imóveis.

Os bairros com maior índice de infestação são: Vila Operária e Santos Dumont, com índice de 3,1, seguidos do Centro (2,8), Jardim São Jorge (2,6) e Sumaré (2,1). A área com menor índice é a do Ouro Branco, com índice de 1,8.

Entre os locais onde foram encontrados criadouros de larvas do Aedes, o maior percentual (35%) está no lixo encontrado nos terrenos como entulhos de construção, sucata, ferro velho, plásticos, garrafas, etc. Em seguida vêm os recipientes e lixo nos quintais das casas (33,3%), como vasos, bebedouros de animais, calhas, vasos sanitários abertos, brinquedos, etc. Em terceiro lugar estão os recipientes que acumulam água em nível de solo (16,7%), como baldes e barris que os moradores usam para captar águas das chuvas.

Só nós 12 primeiros dias de janeiro já foram notificados 25 casos suspeitos de dengue em Paranavaí. Destes, 11 foram negativados e 14 estão aguardando resultado.

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