Nos primeiros três dias desta semana, os agentes de endemias
de Paranavaí trabalharam com visitas domiciliares em todos os bairros da cidade
para fazer um novo Levantamento de Índice Rápido do Aedes (LIRA). O resultado é
preocupante. O índice, que era de 0,9 (baixo risco) em julho, subiu agora para
3,6 (médio risco), aumentando em quatro vezes as possibilidades de proliferação
das larvas do mosquito Aedes aegypti e as chances de uma nova epidemia na cidade.
“Temos a combinação perfeita para a proliferação do mosquito
da dengue em Paranavaí: índice de infestação aumentando, circulação viral com o
último caso positivado há menos de 15 dias, altas temperaturas e chuvas
constantes. Além disso, a população continua descartando pneus e lixo em locais
inadequados, e cuidando mal dos quintais e da separação dos materiais
recicláveis que podem acumular água. Se continuar assim, a tendência é termos
uma nova epidemia em janeiro”, avalia o assessor da Vigilância em Saúde, Randal
Fadel Filho.
Para a realização do novo LIRA, a Vigilância em Saúde
dividiu a cidade em cinco setores de fiscalização. Dois dos setores já estão
com alto índice de infestação, acima de 4,0, e os outros três estão na faixa de médio risco, entre 1,0 e 3,9. No total, foram inspecionados 2.169 imóveis
entre os dias 5 e 7 de novembro (de segunda a quarta-feira).
Os bairros com maior infestação de larvas são: Ouro Branco,
Ouro Verde e Sílvio Vida, com índice de 4,5, seguidos do Jardim Santos Dumont e
Vila Operária, com índice de 4,1.
A região que abrange o distrito de Sumaré, Parque Industrial
e adjacências, apresenta risco médio, com índice de 3,2 de infestação. Já na
região do Jardim São Jorge, Vista Alegre e 3 Conjuntos, o índice é de 2,9. O menor
índice registrado foi na região do Centro (2,4).
Entre os locais onde foram encontrados criadouros de larvas
do Aedes, o maior percentual (51,2%) está nos resíduos sólidos descartados
irregularmente em terrenos baldios, como pneus, recipientes plásticos, garrafas
PET, latas, sucata e entulhos de construção. Em seguida, aparecem os depósitos
móveis encontrados nos quintais das casas (26,8%), como vasos, frascos com
água, garrafas retornáveis, bebedouros de animais, sanitários e canos sem uso
que ficam abertos, etc. Em terceiro lugar estão os recipientes que acumulam
água em nível de solo (18,3%), como baldes e barris que os moradores usam para
captar águas das chuvas.
“Entramos em alerta total. Este ano já tivemos 29 casos
confirmados de dengue em Paranavaí e, com o aumento das temperaturas nas
últimas semanas, temos recebido em média 8 novas notificações de casos
suspeitos por dia na Vigilância. Precisamos começar a redobrar os cuidados
agora neste período de intenso calor e chuvas constantes”, frisa Randal.
Preocupada com os números, a Vigilância em Saúde já convocou
uma reunião com o Comitê de Combate à Dengue para a próxima terça-feira, dia
13, para apresentar os números e discutir estratégias de combate ao mosquito em
Paranavaí.