Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) mostram que, mesmo com a pandemia da covid-19, o Paraná mantém a liderança em doações de órgãos no primeiro trimestre de 2020.
O número de doações por milhão de população (pmp) no Paraná chegou a 47,2 entre janeiro e março – um crescimento de 10,3% na comparação com mesmo período do ano passado – enquanto a média nacional é de 18,4 pmp. Foram 170 doações efetivas no estado. Além disso, o Paraná também lidera os transplantes de rim no Brasil, com 48,3 pmp. A média nacional é de 29,0.
Conforme os dados repassados ao Portal da Cidade pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott) da Santa Casa de Paranavaí, nove doações, entre órgãos e tecidos, foram feitas no hospital entre janeiro e março de 2020. Esse número representa um crescimento de 80% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram realizadas cinco doações.
BALANÇO
Segundo o levantamento anual realizado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, o Paraná fechou o ano de 2019 como líder em transplantes de órgãos. Ocupa também a primeira posição quanto ao número de transplante renal pelo quarto ano consecutivo.
EQUIPE
Para o desenvolvimento das atividades de doação de órgãos e tecidos para transplantes, o Paraná conta com uma Central de Transplantes localizada em Curitiba, quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPO’s) situadas em Curitiba, Cascavel, Londrina e Maringá e 67 Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante.
Integram também o SET/PR, 23 equipes de transplantes de órgãos, 25 centros transplantadores de córneas, três bancos de tecidos oculares e três laboratórios de histocompatibilidade (para verificar a semelhança genética), totalizando cerca de 700 profissionais envolvidos no processo.
- Como ser doador – É bem simples: avise a sua família. Seus órgãos só poderão ser doados com autorização dos seus parentes mais próximos.
- Quem pode doar – Qualquer pessoa, após a confirmação da morte e mediante autorização da família. Em Paranavaí, por conta da pandemia do novo coronavírus, as doações só estão acontecendo nos casos de morte encefálica, pois, segundo a Cihdott, é possível testar os doadores para a covid-19 antes da captação dos órgãos ou tecidos.
- Quais órgãos podem ser doados – Coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado e tecidos, como córneas, pele, ossos, valvas cardíacas e tendões. Ou seja, um doador pode ajudar muitas pessoas.
- Doador falecido – Pacientes que foram diagnosticados em morte encefálica (ME), o que ocorre normalmente em decorrência de traumas/doenças neurológicas graves, podem ser doadores de órgãos e tecidos. Nos casos em que o falecimento decorre de parada cardiorrespiratória (PCR), podem ser doados tecidos.
- Doador vivo – Qualquer pessoa saudável pode ser doadora em vida de um dos seus rins ou parte do fígado para um familiar próximo (até 4ª grau consanguíneo), porém quando a doação de um rim ou parte do fígado for para uma pessoa não aparentada é necessário autorização judicial.
- Quem recebe os órgãos – Os órgãos doados são destinados a pacientes que necessitam de transplante e estão aguardando em uma lista única de espera. Esta lista é fiscalizada pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde e pelas Centrais Estaduais de Transplantes. A seleção de um paciente que aguarda por um transplante ocorre com base na gravidade de sua doença, tempo de espera em lista, tipo sanguíneo, compatibilidade anatômica com o órgão doado e outras informações médicas importantes. Todo o processo de seleção dos potenciais receptores é seguro, justo e transparente.