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Consciência Negra

Paranavaiense fala da representatividade negra na indústria da moda

No dia da Consciência Negra, o Portal da Cidade conversou com o modelo Mário Gilberto, de 25 anos, sobre os desafios e conquistas do trabalho.

Publicado em 20/11/2022 às 08:05
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(Foto: Coast Fotografias)

Por Laís Ligia

A população do Brasil é 56% negra, mas o mundo da moda é predominantemente branco. Aos poucos, esse espaço está se tornando mais democrático e traz formas de representatividade para que o consumidor se veja na marca. No dia da Consciência Negra, o Portal da Cidade traz a história do paranavaiense Mario Gilberto, de 25 anos, que é um exemplo dessa evolução e da luta por um mundo igualitário.

O rapaz, nascido em Paranavaí, conta que nunca teve vontade de ser modelo, mas a oportunidade surgiu quando foi morar em Curitiba para estudar dança. Ele recebeu a proposta de uma amiga para tirar fotos amadoras e acabou impressionando com o resultado.


A moça sugeriu que as fotos fossem enviadas para uma agência, mas no início Mario não se animou. "Fiquei pensativo quanto a parte financeira deste tipo de trabalho. Além disso, eu estava inseguro com meu corpo, com minhas cicatrizes e com a cor da minha pele, pois nunca me senti representado nesta indústria", relata. 

As fotos foram enviadas para a agência, mas o jovem continuou focado na dança, até que a primeira oportunidade apareceu em um trabalho para uma empresa de Recife. "Eles ligaram dizendo que fui selecionado para modelo comercial, fiquei muito feliz e animado. Depois disso comecei a gostar e receber vários trabalhos. Agora estou conciliando com a dança", comemora.


Atualmente, Mario trabalha como bailarino em uma companhia de dança em São Paulo e também modela para comerciais e propagandas, sempre pensando em expandir o portfólio e a carreira como modelo. Para o jovem, a curtos passos o mercado está se ampliando e as pessoas negras estão ganhando cada vez mais espaço. "Acredito que todos os corpos tem seu espaço no mercado da moda e acho importante que tenhamos pessoas fora do conceito de padrão de beleza nos representando", afirma.


O bailarino, que já fez trabalhos para marcas conhecidas nacionalmente, como Banco do Brasil , Volkswagen, Motorola, Amaciante Fofo, entre outras, contou sobre o momento em que a carreira alavancou. "Eu sempre usei o cabelo raspado e quando assumi o black, meu cabelo crespo, passei a ser mais notado e até apareceram mais trabalhos. É super importante que o negro apareça de uma forma verdadeira, com seus traços, com sua pele preta e seu crespo", ressalta.


A inspiração do paranavaiense são as pessoas que o encorajaram e deram apoio para que ele pudesse crescer cada vez mais. O sonho do modelo é desfilar nas passarelas e continuar incentivando outros negros a conquistar espaço na indústria da moda. "Não se deixe influenciar pela mídia, pois ela mostra uma sociedade diferente da realidade. Nós, pretos, temos sim a capacidade e o direito de estar em lugares de destaque. Não desistam!", finaliza.






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