Maria Eduarda Oliveira (assistente de conteúdo)
Alguns dizem que mentir é pecado, mas, quantas mentiras
“boas” você conta diariamente? Entre as desculpas mais contadas, de acordo com
levantamento feito pela Revista Super Interessante, estão “Está tudo bem”, “Eu não sabia” e “Eu estava
só brincando”. Existe distinção entre mentira boa e ruim? Todas elas são ruins?
Ou todas são boas? “Depende”.
Conforme a psicóloga com especialização em análise do comportamento, Lilian Fernandes Lima, o ser humano aprende desde cedo as vantagens da mentira. Ela cita como exemplo o fato de que as próprias crianças aprendem a dizer que a mãe não pode atender ao telefone ou o pai não está em casa. Portanto, homens e mulheres aprendem a mentir dentro de casa, desde pequenos. Educação vem de berço. Mentira, também.
Muitos mentirosos de plantão veem apenas vantagens em manter suas histórias e fazer com que os outros acreditem nelas, mas, é fato que os enganadores passam pela dificuldade de manter suas versões, tendo que inventar novas e assim por diante. “A farsa cresce indiscriminadamente”, frisa a psicóloga. Ainda de acordo com ela, o ato de mentir é utilizado para afastar ou adiar consequências desagradáveis, hora ou outra, a verdade vem à tona.
Mentiras que todo
mundo acredita
1. O homem veio do macaco
A confusão acontece porque seres humanos e macacos têm, de fato, um mesmo ancestral.
Estudos indicam que, há mais de 6 milhões de anos, vivia em
algum lugar da África uma espécie de primata que se dividiu em duas linhagens
por conta de adversidades da natureza. De uma delas vieram os chimpanzés e bonobos
atuais. Da outra, o homem.
2. A palavra saudade
é intraduzível
A ideia de que a palavra saudade não possui equivalência em
outras línguas é um dos grandes mitos do nosso vernáculo. Como saudade é um
sentimento universal, todo idioma acaba tendo seus próprios meios de
expressá-la. Em 2008, a empresa britânica Today Translations ouviu mil
tradutores e considerou saudade a sétima palavra estrangeira mais difícil de
traduzir.
Tanta confusão também tem a ver com o fato de que em outras línguas é preciso combinar palavras para falar saudade. Um caso comum é o do inglês, que usa o verbo miss para determinar “falta de”.
3. A Terra tem apenas sete mares
A luz azul que guiou Tim Maia estava errada. São 61, para
ser exato. Acredita-se que a teoria tenha origem no clássico As Mil e Uma
Noites, uma coleção de contos populares árabes publicada há mais de mil anos.
Ao longo do tempo, navegantes se habituaram a dividir os oceanos em sete – e não em cinco, como aprendemos na escola. O detalhe é que mar é uma coisa, e oceano, outra. Enquanto o primeiro é formado por uma porção de água salgada cercada em parte ou totalmente por terra, o segundo determina áreas muito mais amplas e abertas. Quem delimita geograficamente o que é mar ou oceano é a Organização Hidrográfica Internacional.
4. O futebol foi inventado na Inglaterra
Nessa você pode até cair, mas o juizão não vai anotar pênalti. Ao contrário do que muita gente pensa, os súditos da rainha não inventaram o futebol. Mas há bons motivos para que eles levem a fama. Os britânicos criaram as principais regras conhecidas hoje. Além disso, definiram as medidas do campo, determinaram o tempo de jogo e fundaram a primeira associação de clubes, ainda na segunda metade do século 19.
5. Raios não caem duas vezes no mesmo lugar
De que servem os para-raios senão para atrair descargas
elétricas e conduzi-las até o chão? Com 381 metros de altura, o Empire State
Building, em Nova York, recebe em média 25 descargas elétricas por ano. Já no
Brasil, dono da maior zona tropical do mundo e recordista em ocorrências de
raios, o Cristo Redentor é castigado seis vezes ao ano.
6. Desapareceu? Espere 24h até fazer B.O.
No Brasil, não existe tempo mínimo de espera para notificar
a polícia sobre o desaparecimento de alguém. O recomendado, inclusive, é que a
ocorrência seja registrada nas primeiras horas da ausência. “Essa ideia foi
incorporada por filmes e seriados, já que cada país tem seu próprio
procedimento”, diz o delegado Gabriel Bicca, da Polícia Civil do Rio Grande do
Sul.
7. A Amazônia é o
pulmão do mundo
Ninguém sabe como essa história mantém seu fôlego. Tudo bem
que, com 7 milhões de quilômetros quadrados, a Bacia Amazônica absorve (muito)
dióxido de carbono e libera (muito) oxigênio. É o processo da fotossíntese em
escala gigantesca. Mas o pulmão segue uma lógica inversa, pois absorve oxigênio
e libera gás carbônico.
Digamos que aceitássemos a metáfora. Nem assim a Amazônia poderia ser o pulmão do planeta, por uma questão de escala. Afinal, toda a produção de oxigênio da floresta é consumida por ela mesma, pelo processo de metabolização das plantas – o seu próprio ciclo de vida. A grande contribuição da floresta amazônica está na manutenção dos ciclos hidrográficos.
(com informações da Revista Super Interessante)