O professor paranavaiense, Felipe Figueira, de 31 anos, acaba de publicar seu quarto livro. A obra Dom Quixote é uma interpretação livre do clássico com o mesmo nome, escrito por Miguel de Cervantes.
O escritor conta que o livro de Cervantes sempre foi o preferido dele na literatura e o apreço que tem pelos clássicos, como Odisseia, Ilíada, e Dom Quixote, sempre o inspirou. "São obras milenares que até hoje nos inspiram. Eu comecei a ler Dom Quixote e minha mente começou a acompanhar o cavaleiro andante (o personagem Dom Quixote). Aí me vieram várias inspirações de poemas. Eu li a primeira parte do livro e, só ali, já havia escrito quase 40 páginas de poemas. Conforme o cavaleiro ia andando, meus pensamentos iam também e a poesia me acompanhava", explica.
Na segunda parte do livro, o autor diz que a quantidade de poemas que vinham à sua mente, só aumentava. Ao terminar de ler o livro, segundo ele, já haviam quase 100 páginas de poemas escritos.
"O interessante é que no final do livro, de Cervantes, o Dom Quixote, que alguns identificam como louco e visionário, tem uma febre altíssima e recupera a lucidez. Então, ele fica triste e morre. Quando eu estava escrevendo este livro, eu também tive uma febre de mais de 40 graus, e precisei ir para o hospital. As duas histórias acabaram se encaixando", revela Felipe.
Apaixonado pela obra Dom Quixote, o professor conta que já leu a versão original de 1500 páginas, versões adaptadas e assistiu a todos os filmes inspirados na obra. "Foi uma pesquisa bibliográfica intensa para escrever este livro. A literatura é algo que te permite viajar, podemos dizer que este é um livro de viagem, porque o cavaleiro andante em todo o tempo está caminhando com seu fiel amigo Sancho Pança. Eu também, o que eu mais faço é viajar, caminhar, conhecer novas coisas", explica o professor, que já viajou por mais de 20 países.
O livro conta com cerca de 120 poemas, que transitam entre a loucura de Dom Quixote e a razão de Sancho Pança. "Minha obra foi surgindo naturalmente, porque eu me via, muitas vezes, como um louco, um visionário, alguém que gosta de andar e lutar contra coisas impossíveis. Nas viagens que fiz para a Venezuela, por exemplo, muitos me chamaram de louco. Coisas eles achavam que era uma loucura, para mim tem lógica, e Dom Quixote também era visto assim."
Felipe diz acreditar quem às vezes, a loucura é fundamental para manter a esperança na vida, principalmente nesses dias difíceis, pelos quais a humanidade atravessa. Citando Getúlio Vargas, que tinha Dom Quixote como obra favorita, o escritor paranavaiense diz que entre a loucura de Dom Quixote e a razão de Sancho pança está o equilíbrio, a felicidade, e a sabedoria da vida.
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Sobre o escritor
Felipe Figueira é historiador e pedagogo. Possui doutorado em Educação pela Unesp de Marília e pós-doutorado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). É professor no Instituto Federal do Paraná Campus Paranavaí. Ele já viajou por mais de 20 países e é autor dos livros: “Nietzsche e o eruditismo”, “Entre médicos e imigrantes” e “Travessias”. Seus poemas foram classificados em várias edições do Festival de Música e Poesia de Paranavaí (FEMUP).