Por Laís Morais
Há 76 anos, Benjamim Vieira Santos mudou-se da Bahia para o Paraná, após receber uma carta esperançosa do seu irmão, em 1946. Pau de arara, trem e ônibus foram os meios de transporte que ele usou para chegar ao destino: Alto Paraná. "Só existia estrada de chão, o caminhão vinha atolando e nós ajudávamos desatolar", relata.
Na cidade, fez parte do grupo de homens que desmataram a região e na época Paranavaí ainda era conhecida como Fazenda Brasileira. O idoso conta que trabalhou a vida inteira na roça, derrubando e cortando peroba para serrarias.
(Benjamim e o primo)
Hoje, aos 95 anos de idade, Benjamim coleciona uma bagagem de memórias. Entre elas, os caminhões lotados de pesssoas que participavam dos comícios políticos. Ele tem lembranças claras de acontecimentos que marcaram a história do país, como a morte do presidente Tancredo Neves. "Estávamos em uma festa na igreja quando anunciaram a morte dele em um alto falante. Depois virou assunto nos rádios também", relembra.
Mais que um exemplo de cidadania, o aposentado é um dos eleitores ativos mais velhos de Alto Paraná e tem o título eleitoral atualizado com a biometria. Mesmo não tendo a obrigatoriedade de votar por conta da idade, ele faz questão de comparecer às urnas. "Eu gosto mesmo de votar, ainda mais quando tem algum candidato que eu apoio. É nosso direito", afirma.
Todo ano, quem leva Benjamim para a cabine de votação são os filhos ou netos, que se orgulham dele. Ele inspira toda a família a seguir seus passos eleitorais. "Vote, é o que eu digo para a juventude. Votar é algo que vai ajudá-los lá na frente. Eu já sou velho, mas os jovens são o futuro, eles podem fazer um país melhor", incentiva.
(Benjamim, esposa e filhos)
