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Defesa da democracia

Ministério Público destaca riscos do retorno do voto impresso nas eleições

Segundo o MPPR, um sistema eleitoral idôneo, como o que foi concebido no Brasil, oferece à população uma garantia de que seus direitos serão assegurados.

Publicado em 16/07/2021 às 22:34

Conforme informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a tecnologia, que conferiu de fato idoneidade às votações. (Foto: Ministério Público do Paraná)

No ano em que o processo eleitoral brasileiro completa 25 anos de informatização, com a utilização das urnas eletrônicas, o Ministério Público do Paraná destaca a atuação da instituição com o objetivo de garantir a regularidade e a lisura desse importante e fundamental instrumento de exercício da democracia.

Conforme informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a tecnologia, que conferiu de fato idoneidade às votações – visto que o sistema antigo, de papel e não digitalizado, abria grande margem à ocorrência de fraudes e manipulação – foi utilizada pela primeira vez nas eleições municipais de outubro de 1996. À época, 32 milhões de brasileiros, em 57 cidades, votaram em seus candidatos utilizando as urnas eletrônicas. Atualmente, a tecnologia atinge quase 150 milhões de eleitores, em todos os municípios do país.

O Ministério Público, ao lado do Poder Judiciário, está sempre presente nas eleições, participando de perto de todo o processo, inclusive na fiscalização do funcionamento do sistema de aferição das urnas. Ele sustenta que um sistema eleitoral idôneo, como o que foi concebido no Brasil, especialmente com o advento do voto eletrônico, oferece à população uma garantia de que seus direitos de cidadãos, notadamente o de votar e ser votado, serão devidamente assegurados, destacando que não há espaço para questionamentos que coloquem em risco o processo democrático.

Além disso, durante a campanha, o Ministério Público tem o dever de fiscalizar se os candidatos estão realizando propaganda eleitoral de forma regular. Ao final das eleições, os procuradores e promotores eleitorais ainda analisam as prestações de contas de cada um dos candidatos.

Fraudes

Para o promotor de Justiça Hugo Evo Magro Corrêa Urbano, que integra a Coordenadoria das Promotorias Eleitorais do MPPR, não há fundamento nos recentes questionamentos feitos por alguns agentes públicos a respeito da segurança do processo eleitoral brasileiro (chegando a ter sido instalada uma comissão especial no Congresso Nacional que atualmente discute a adoção de voto impresso). “As urnas eletrônicas foram concebidas justamente para acabar com fraudes em eleições no país. São equipamentos não conectados à internet, ou seja, não é possível ‘transmitir’ ou alterar votações. Além disso, as urnas são auditadas por diversos órgãos, inclusive o Ministério Público, e podem ser fiscalizadas pelos próprios partidos políticos”, explica o promotor.

Participação popular

Segundo o MPF, a cada pleito, os Tribunais Regionais Eleitorais instituem, no âmbito de seus estados, uma comissão para auditoria da votação eletrônica, que deve seguir os comandos elaborados pelo TSE em suas Resoluções. Os trabalhos dessa comissão são absolutamente públicos e transparentes, sendo que os partidos políticos, a Ordem dos Advogados do Brasil, o Ministério Público, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, a Controladoria-Geral da União, o Departamento de Polícia Federal, a Sociedade Brasileira de Computação, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e os departamentos de Tecnologia da Informação de universidades podem até mesmo impugnar a designação de qualquer membro da Comissão de Auditoria da Votação Eletrônica. A auditoria é pública e qualquer cidadão pode acompanhar.

Estrutura e atribuições

Todos os municípios do Paraná são atendidos por agentes do Ministério Público com atribuições voltadas à fiscalização do processo eleitoral. A coordenação do Ministério Público Eleitoral é exercida pelo procurador-geral da República – que é também o procurador-geral Eleitoral (PGE) –, e tem atuação perante o TSE. Todos os processos relativos a candidatos à presidência da República são acompanhados pelo PGE.

Nos estados, existe um procurador regional Eleitoral, que tem atuação perante o TRE do seu estado e atua em todos os processos das eleições gerais, isto é, nos pleitos para escolha de governador, senadores e deputados federais e estaduais. Os Ministérios Públicos estaduais têm atribuição mais destacada nas eleições municipais, para a escolha de prefeitos e vereadores, em que há atuação direta e próxima dos promotores eleitorais, que exercem suas funções perante as Zonas Eleitorais – em cada uma há um promotor designado. No Paraná, são 186 Zonas Eleitorais e, portanto, 186 promotores eleitorais titulares, integrantes MPPR.

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