Na transmissão
de cargo de presidente da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí
(Aciap), na noite dessa sexta-feira (12), na sede da entidade, os empresários
João Roberto Viotto (que saiu) e Maurício Gehlen (que assumiu) defenderam um
maior protagonismo dos empresários nos destinos da cidade. Até porque,
“prefeitos, vereadores, deputados, senadores, governadores e até o presidente
da República passam, mas a cidade não”, explicou Gehlen.
No pronunciamento de despedida, Viotto agradeceu a dois políticos, o prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes, o delegado KIQ, e o deputado Sebastião Medeiros, mas num recado aos políticos, disse que “é preciso deixar a vaidade de lado e pensar mais na cidade.”
O agora ex-presidente lamentou que viu, pelas redes sociais, muitos empresários paranavaienses que foram a Maringá no mês passado contemplar a decoração natalina e acabaram fazendo compras por lá. “E aqui não temos uma lei que permita fazer uma bela decoração.” E conclamou a categoria ao protagonismo: “nós, empresários, temos que fazer alguma coisa”.
O novo presidente discursou na mesma
linha. “Cabe à iniciativa privada e a entidades não governamentais assumir as
rédeas da cidade e fazer dos políticos um aliado em nossas lutas, como
aconteceu com a extensão da duplicação da BR-376 até Paranavaí, já que o
projeto original previa a benfeitoria somente até Nova Esperança; a reitoria da
Unespar, a Unidade Morumbi da Santa Casa, etc”.
Nessa linha de raciocínio, Gehlen
anunciou a formação de um grupo econômico para discutir o futuro da
cidade. “Temos algumas propostas para
nossa gestão. Uma delas, que chamo de G-8, mas pode ser G-9, G-10 ou qualquer
outro número, é formar um grupo de entidades de classe que movimentam a
economia local, como a Sociedade Rural, o Sindicato do Comércio Varejista, a
Associação de Microempresas de Paranavaí e a Sociedade Civil Organizada, com a finalidade de debater os rumos da nossa
cidade e seu desenvolvimento econômico, social e político”, informou.
GRATIDÃO – Outro ponto comum nos pronunciamentos de Viotto e Gehlen foi a manifestação de gratidão. Ambos agradeceram aos funcionários da Aciap pelo apoio que receberam. Viotto estendeu os agradecimentos, além do prefeito e deputado, também ao Siccob, “um grande parceiro de nossa gestão”, à Polícia Militar e ao conselho Comunitário de Segurança (CCS).
O novo presidente também tocou nas
questões econômicas. Citou a crise e a recuperação econômica e questionou: “Os
empresários se prepararam para o reaquecimento da economia? Onde eles estavam
quando o país enfrentava a severa crise? Reclamando? Se reciclando para
aproveitar quando a crise fosse embora? Buscando alternativas e novos mercados?
Lançando novos produtos?”. E sutilmente deixou a mensagem de que reclamar não é
solução. Foi neste momento que pediu o protagonismo dos empresários.
RESPONSABILIDADE SOCIAL -
Maurício Gehlen defendeu o apoio da entidade para as agroindústrias e os
setores metalmecânico e de artefatos de cimentos, como opções de
desenvolvimento econômico. Destacou o avanço das pesquisas através do Instituto
Federal e do Parque Tecnológico de Agroinovação e pediu a união da classe para
“deixar de vez esta crise para trás”.
Mais adiante, disse que vai atuar
para buscar linhas de crédito aos associados que financiem o desenvolvimento
local e regional. “Nesta busca de crédito para financiar o crescimento de
nossas empresas, esperamos contar com as cooperativas de crédito Sicoob e
Sicredi, que nasceram aqui nesta entidade e se fortaleceram. Juntos vamos
promover o desenvolvimento econômico da cidade”, pediu.
O novo presidente encerrou o pronunciamento dizendo que pretende realizar um mandato que se caracterize pela responsabilidade social. Pediu apoio dos diretores para esta proposta, inclusive que levem esta proposta para suas empresas. “Vamos buscar o lucro com o nosso suor, com dedicação e entusiasmo. Mas vamos também estender a mão aos que ainda não tiveram a oportunidade de ascender na escala social. Vamos ampliar nossas empresas também com o objetivo de gerar mais empregos. Não haverá uma cidade grande, justa e fraterna, enquanto tivermos irmãos e irmãs passando fome. Até por uma questão de humanidade vamos estender a nossa mão aos que mais necessitam”, arrematou.