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Por ofensa racial, professora de Paranavaí registra queixa contra colega de trabalho

Publicado em 16/11/2017 às 02:22

A enfermeira e professora da rede estadual de Paranavaí, Sandra Pinheiro, 46, registrou na última semana um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil contra uma colega de trabalho por ofensas racistas. Segundo Sandra, a professora acusada teria feito um comentário preconceituoso dentro da sala de aula e na frente de diversos alunos do curso técnico de enfermagem do Colégio Unidade Polo de Paranavaí.

O caso ocorreu na última quinta-feira, dia 9. “Eu estava com uma turma de alunos na sala de informática, enquanto uma outra turma de alunos procurava por mim dentro do colégio. Eles então bateram e entraram em uma das salas de aula. A professora que lá estava perguntou para eles quem eles estavam procurando e eles disseram o meu nome. Foi então que ela respondeu: “Para a professora Sandra se igualar a mim ela teria que cair em um tambor de Qboa”. Os alunos então vieram a mim e relataram o fato. Alguns inclusive disseram que, se eu não tomasse uma providencia e desse queixa, eles mesmos dariam”, contou Sandra ao Portal da Cidade.

De acordo com ela, nos quatro anos em que atua na rede estadual de ensino, essa foi a primeira vez que sofreu discriminação racial. “Isso aconteceu justamente no mês de novembro, onde trabalhamos o Dia Nacional da Consciência Negra”, lamentou. “Eu sei que estou me expondo e expondo minha família. Poderia ter ficado calada. Mas estou fazendo isso para dar voz a outras pessoas que também sofrem preconceito racial. Os próprios alunos pediram que eu tomasse providências, pois alguns deles disseram que ela já teria feito o mesmo com outros estudantes. Isso não pode mais acontecer, muito menos dentro de uma instituição de ensino”, afirmou a professora.

Além de registrar o boletim de ocorrência, Sandra também procurou a coordenação do colégio, onde pediu que fosse feita uma ata, fez uma denúncia junto ao Núcleo Regional de Educação (NRE) e na APP-Sindicato (Sindicato dos trabalhadores em educação pública do Paraná).

De acordo com a diretora do Colégio Unidade Polo, Tânia Mara Amadei, todos os procedimentos necessários para a apuração da denúncia já estão sendo tomados. “Estamos ouvindo todos os lados. Não somos nós quem vamos julgar se houve ou não a ofensa racial. Nossa função é esclarecer o fato. Se vai haver alguma penalidade ou não, isso quem vai decidir será a Secretaria Estadual de Educação e a Justiça”, declarou. 

O Portal da Cidade procurou a professora acusada de ter cometido a ofensa racial contra Sandra, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos retorno.

A Polícia Civil está cuidando do caso e, em breve, deve ouvir as testemunhas. 

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