Acadêmicos da Unespar de Paranavaí permanecem em greve por
conta da falta de professores e agentes universitários para atuar na universidade. Em assembleia geral, na noite da última segunda-feira (1°), aproximadamente 500 acadêmicos
se reuniram e resolveram paralisar as atividades e ocupar o campus até que
obtenham um retorno positivo do governo do Estado.
Conforme o comando de greve, a comissão está terminando de
montar um documento com reivindicações a serem enviadas para a Casa Civil e para
a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), nesta
quarta-feira (3).
As aulas estão suspensas e a maioria dos serviços no campus também não estão acontecendo, exceto aqueles vistos como essenciais, como: Projetos do Universidade
Sem Fronteiras, em que são desenvolvidos o Núcleo Maria da Penha (NUMAPE), Núcleo
de Estudos e Defesa de Direitos da Infância e da Juventude (NEDDIJ), Patronato
e Bom Negócio Paraná.
Também permanecem em atividades os laboratórios de saúde, atendidos
pelos alunos do curso de enfermagem nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nos
hospitais do município. O atendimento às idosas na academia da Unespar também
permanece ativo.
O diretor de campus da Universidade, Edmar Bonfim de
Oliveira, diz que as reivindicações dos alunos são necessidades da
universidade. “Eles perceberam as fragilidades nos serviços que estão sendo
prestados no campus. Ainda que o governo tenha liberado as horas para os
professores, nada foi dito em relação a contratação dos agentes universitários,
que também é uma grande necessidade nossa. Além disso, esse total de horas não
é suficiente para atender a pesquisa e extensão”, afirmou.
Conforme o diretor, atualmente o campus de Paranavaí conta
apenas com 11 agentes universitários, sendo que somente seis prestam serviços
na área administrativa. O restante é responsável por serviços de limpeza e manutenção.
Apesar de ter o auxílio de estagiários em diversos setores, Oliveira ressalta
que a situação no campus é bastante complicada. Além disso, 36 professores foram desligados por motivos diversos e não foram substituídos. “O campus de Paranavaí está
entrando em colapso. Eu não consigo tocar a universidade com apenas seis
funcionários”, desabafa.
Os acadêmicos permanecem em greve e ocupando o campus até que o governo do estado proponha alternativas para as reivindicações que estão em pauta.