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DROGAS

Presidente do Comud admite dificuldade em fazer a mensagem chegar ao jovem

Dante Ramos Júnior admitiu que um dos grandes desafios do trabalho de prevenção às drogas é encontrar a linguagem ideal para abordar com a juventude.

Publicado em 07/06/2019 às 00:58

A abertura do Junho Paraná Sem Drogas em Paranavaí ocorreu na noite desta quinta-feira (06), no Auditório da Unipar. (Foto: Assessoria de Imprensa)

Ao abrir a versão local do Junho Paraná Sem Drogas (Junho Branco), o presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas Sobre Droga (Comud)), Dante Ramos Júnior, admitiu que um dos grandes desafios do trabalho de prevenção e conscientização é encontrar a linguagem ideal para abordar principalmente a juventude. Com bom humor, atropelando o que chamou de politicamente correto e falando especialmente para um público jovem, Ramos questionou: “como vou fazer para falar a linguagem de vocês, que já devem estar pensando; ‘o que aquele tio babaca’ está fazendo lá em cima. Vai falar sobre drogas outra vez. Nós já sabemos que é ruim’”. 

O Junho Branco foi aberto em Paranavaí na noite desta quinta-feira (06), no Auditório da Unipar, com a presença de autoridades do Judiciário, Ministério Público, Poder Legislativo, Segurança Pública, representantes das entidade que formam o Comud, e acadêmicos. A organização está a cargo do Comud, OAB e Unipar. O Junho Paraná Sem Drogas é um período “dedicado a ações de esclarecimento e incentivo à prevenção e ao tratamento contra o uso indevido de drogas”, segundo prevê a lei que o instituiu.

“Falar de drogas é complicado. Acho que a política de prevenção deveria fazer o contrário. Não nós falarmos, mas vocês é que deveriam dizer o que querem ouvir. Temos que nos adaptar constantemente para falar com todas as idades”, continuou o presidente do Comud. Ele disse que a conscientização deve ir além de dizer o que é bom ou ruim. “Beber e fumar é bom ou ruim? É bom. Mas é a porta de entrada para outras drogas e provoca a dependência química que é ruim e ninguém deseja”, explicou.

Falou de sua experiência: não usou drogas “porque sou feliz. E por que sou feliz? Porque tenho uma família, tive pais ajustados que me deram carinho”. E fez um desafio aos estudantes. Pediu a eles que listassem três objetivos de vida, tipo vencer profissionalmente, casar e ter filhos, comprar casa, carro etc. E que avaliassem se enveredassem para o caminho das drogas se teriam condições de atingir os objetivos da vida.

INTEGRAÇÃO – Por sua vez, o diretor do Departamento Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas (DEPSD), delegado Renato Bastos Figueiroa, disse que o enfrentamento às drogas “é um desafio complexo” e que só terá sucesso se houver uma integração de todos os setores: sociedade, governo e terceiro setor. Disse que o Departamento que dirige organiza as políticas públicas sobre o setor, “mas ninguém faz nada sozinho”.

Depois de elogiar a atuação do Comud de Paranavaí e qualificá-lo como referência para o Estado, ele reforçou que o Paraná Sem Drogas é um período dedicado à prevenção e conscientização dos malefícios das drogas, mas “também procuramos ajudar os que já se tornaram dependentes químicos”. Defendeu um trabalho alicerçado no tripé: família, escola e comunidade para enfrentar o problema.

A secretária municipal de Assistência Social, Maria Dêis Klososki, que representou o prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes (Delegado KIQ) enfatizou que as drogas “é um caso de saúde pública e um problema social” e apontou que embora o Junho Branco é um período dedicado ao assunto o trabalho de prevenção e conscientização deve acontecer no dia a dia. Ela também defendeu o envolvimento da sociedade para enfrentar o problema seja com drogas lícitas ou ilícitas e reforçou a necessidade de melhorar a formação dos jovens.

A cerimônia de abertura do Junho Branco em Paranavaí se encerrou com uma palestra do advogado Luiz Carlos Hauer, presidente da Comissão de Políticas Sobre Drogas da OAB-Paraná e vice-presidente da Federação Paranaense dos Centros Terapêuticos.

Desafiando a plateia a descobrir se suas afirmações eram fatos ou mitos, ele passou muitas informações sobre o problema e convidou os presentes a refletir sobre a questão. O advogado deixou claro que há um grande contingente de dependentes químicos que está perdendo famílias, empregos e gerando um caos social.


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