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Médico alerta que não é hora de relaxar nos cuidados de prevenção à covid-19

Jorge Pelisson diz que é possível que a região já tenha passado pelo pico da pandemia, mas adverte que pode ter uma segunda onda de propagação da doença

Publicado em 08/07/2020 às 02:30
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"Alguns parecem que querem desafiar o vírus. E isto é muito perigoso e pode desencadear uma nova onda. Aí podemos nos complicar”, adverte o médico Jorge Pelisson. (Foto: Divulgação/ Santa Casa de Paranavaí)

A ala covid da Santa Casa de Paranavaí completou três meses de atividade nesta semana. Durante este período recebeu cerca de 170 pacientes, inclusive os sete que, recentemente, vieram de outras regionais de saúde. Destes, 60 foram para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os demais tratados na enfermaria. As altas chegaram a quase 130. Houve 15 óbitos de pacientes que positivaram para o coronavírus e os exames de outros 17 falecidos descartaram a doença. 

Segundo a Santa Casa, do total de internados no setor especializado da Santa Casa, que tem 10 leitos de UTI e 20 de enfermaria, praticamente a metade dos pacientes confirmou que haviam contraído o novo coronavírus.

Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde (SESA) mostra que nos municípios da 14ª Regional de Saúde em que a Santa Casa é referência para a covid-19, foram registrados no período 583 casos positivos, com 335 recuperados e 16 óbitos.

Ainda conforme a Santa Casa, os números atuais da SESA colocam a 14ª Regional de Saúde em 12º lugar no coeficiente de incidência com 211 casos confirmados por 100 mil habitantes e em 9º lugar no ranking de óbitos, 5,8 por 100 mil habitantes. As duas posições estão abaixo da média nacional e estadual.

“Os números mostram que estamos conseguindo manter a curva de contágio achatada”, diz o diretor técnico da Santa Casa de Paranavaí, o cirurgião Jorge Pelisson, referindo-se ao fato de que o número de pacientes que necessitam de serviços hospitalares está abaixo da capacidade do hospital. “Mas não é hora de relaxar. Sempre há o risco de os números aumentarem, de vir uma segunda onda”, alerta o médico.

Por isso, segundo o médico, os cuidados amplamente divulgados, como o uso de máscaras, o distanciamento social e lavagem das mãos com sabão ou o uso do álcool para higienizá-las com frequência, continuam sendo essenciais para manter a curva de contágio achatada.

A ala covid tem passado por momentos de relativa calmaria alternando com outros tensos. No ranking de casos confirmados e óbitos por 100 mil pessoas, a 14ª Regional de Saúde ficou em primeiro lugar por várias semanas e a taxa de ocupação dos leitos chegou a quase 70%. No dia 28 de abril foi registrado a maior taxa de ocupação: 19 internados. Final de abril e o mês de maio foi o período mais tenso, com mais internados. Na sequência, os números começaram a baixar e chegou a ter dois pacientes e algumas semanas sem óbitos. No entanto, desde a última semana do mês passado os números voltaram a preocupar e a UTI chegou a 90% de ocupação, índice que começou a cair novamente. “Mas o momento ainda é tenso”, revela Pelisson.

Pico da pandemia

Um surto num frigorífico de aves da região pode ter antecipado os casos de Covid e a região já ter passado o pico da pandemia. “Na nossa região, a disseminação da doença começou mais cedo. Logo é natural que a epidemia termine mais cedo. Estamos atravessando esta pandemia com certa tranquilidade, porque aqui tudo foi feito certinho. A Secretaria Municipal de Saúde tomou as providências que eram da alçada dela e a Santa Casa se preparou em tempo recorde para atender esta demanda”, aponta o diretor técnico do hospital.

Se, por um lado, Pelisson acredita que o Paraná atingiu o pico da pandemia e a região já pode estar até na tendência de queda, de outro lado, ele se angustia com a possibilidade de se perder tudo o que foi feito até agora. “As pessoas estão ficando fadigadas com o regimento de isolamento e distanciamento social. “É perceptível que há uma angústia no meio da sociedade com esta realidade. E alguns parecem que querem desafiar o vírus. E isto é muito perigoso e pode desencadear uma nova onda. Aí podemos nos complicar”, adverte o médico.

Além de reforçar os cuidados básicos (máscaras, distanciamento social e higiene das mãos) para manter a curva de contágio achatada, o médico lembra as notícias nacionais que apontam que muitas pessoas começaram a fazer ou frequentar festas. “Nas festas é pior ainda. As pessoas não usam máscaras para poder beber e comer. E falam alto por causa do barulho. Ao falar alto jogam gotículas de saliva a longa distância. Se estiver contaminado, dissemina a doença rapidamente”, afirma Jorge Pelisson.


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