A Santa Casa de Paranavaí decidiu, no final
da tarde desta segunda-feira, suspender as cirurgias eletivas, a partir de
quarta-feira, por tempo indeterminado. Segundo o diretor-geral do hospital,
Héracles Alencar Arrais, a medida foi adotada preventivamente e vai garantir,
em princípio, o funcionamento do hospital pelos próximos dez dias sem maiores
problemas. Serão mantidos as cirurgias e outros serviços de urgência e
emergência.
A medida visa fazer frente aos problemas
decorrentes da greve dos caminhoneiros com o bloqueio de rodovias em todo o
país. O problema é que, alguns insumos e medicamentos não são transportados até
o hospital em caminhão exclusivo, que são autorizados a passar pelas barreiras.
“Às vezes o nosso fio de sutura, por exemplo, pode estar numa carga, em que é o
único produto hospitalar. O resto da carga é de outros produtos. Neste caso, os
caminhões são barrados pelo movimento”, explica Arrais.
Além da suspensão das cirurgias eletivas
outras ações visando garantir a normalidade do hospital estão sendo adotadas,
entre elas a suspensão da alimentação aos funcionários, apesar dela ser
cobrada. “A questão não é financeira, mas fazer com que o estoque dos produtos,
como o gás de cozinha e os alimentos, durem mais tempo”, diz Arrais.
O diretor clínico em exercício do hospital,
José Carlos Penteado, afirmou que, neste momento delicado, é importante que os
médicos da região participem e dê suporte a este esforço. “Estamos apelando os
colegas da região que mantenham seus pacientes, dentro do possível, nos
hospitais locais. A transferência para a Santa Casa deve ser a última
alternativa. Se não houver esta colaboração talvez tenhamos que suspender até
mesmo as urgências e emergências”, advertiu o médico.
Arrais relatou que as medidas adotadas é
consequência da falta de perspectiva de solução a curto prazo em relação ao
movimento dos caminhoneiros. Contou que na tarde desta segunda-feira a Direção
começou a informar o corpo clínico, enfermagem e demais servidores da decisão,
além da 14ª Regional de Saúde e a Central de leitos do Paraná.
A suspensão das cirurgias eletivas vai durar
até que “a situação seja normalizada” e os pacientes que cujo procedimento será
suspenso serão os primeiros da fila na próxima liberação de cirurgias, segundo
informa o hospital.