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Sindicato Rural defende redução drástica de carga tributária em todos os setores

Sindicato manifesta preocupação com a greve, mas reconhece a necessidade de chamar a atenção da sociedade e das autoridades para a grave situação do país

Publicado em 25/05/2018 às 02:40

Reunião da diretoria do Sindicato Rural de Paranavaí onde foi debatido sobre a greve dos caminhoneiros. (Foto: Assessoria de Imprensa/ Sindicato Rural de Paranavaí)

O presidente do Sindicato Rural de Paranavaí e vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Ivo Pierin Júnior, defendeu uma redução drástica da carga tributária em todos os setores da economia e até mesmo a forma calcular alguns tributos. A defesa foi durante discussão sobre a posição a se adotar pelo Sindicato em relação a paralisação dos caminhoneiros, que nesta sexta-feira chegou ao seu quinto dia. “Temos que mudar o modelo de tributação no Brasil”, reforçou ele.

Em reunião da diretoria executiva do Sindicato, Pierin citou o exemplo dos tributos sobre os combustíveis que precisam ter sua forma de cálculo alterada. Lembra que de um lado está a CIDE e de outros está o PIS e o Confins. Os dois lados têm como base de cálculo o preço final. Isto implica dizer que há incidência de CIDE sobre o valor do PIS e Confins e também o inverso, explicou o líder rural.

A diretoria do Sindicato manifestou preocupação com os desdobramentos do movimento dos caminhoneiros, especialmente para os produtores de proteína animal, mas, de outro lado, reconheceu a necessidade de chamar a atenção da sociedade e das autoridades para a grave situação, decorrente em grande parte em razão do “sucateamento da Petrobrás”.

Para os representantes do Sindicato Rural, a política de preços adotada pela Petrobrás, tem que ser alterada também. “Quem faz contrato sem saber o valor que vai pagar no produto?”, questiona Pierin, para demonstrar a inadequação dos ajustes diários de preço dos combustíveis.

Os ruralistas ainda destacaram o “passeio” que os combustíveis dão até chegar ao consumidor. O preço do etanol atualmente na região, que é produtora do combustível, é mais caro que em Curitiba, onde não há produção. Outra situação: o Brasil é autossustentável em petróleo, mas não tem refinarias e o resultado é que o país exporta petróleo e importa combustível.

“Temos que pedir socorro sim. Mas o pedido não é só para os caminhoneiros, é para todo o país”, disse Pierin ao final do encontro, que ainda defendeu maior rigor no uso dos recursos públicos. “O contribuinte não pode mais financiar uma estrutura governamental inchada e poderes perdulários, como são o Executivo, Legislativo e o Judiciário no Brasil”, arreatou.

Ao final do encontro, realizado na tarde de ontem (quinta-feira), a diretoria do Sindicato Rural de Paranavaí, expediu a seguinte nota:


Paralisação dos Caminhoneiros

Manifesto pela redução da carga tributária


Considerando as grandes mobilizações que estão ocorrendo em todo o Brasil em protesto contra a grave crise econômica que se abate sobre o país, o Sindicato Rural de Paranavaí vem a público para:

- Manifestar sua solidariedade aos diversos movimentos - especialmente dos caminhoneiros - que sofrem com o elevado valor dos combustíveis, em particular do óleo diesel, em consequência de uma política de preços (com reajustes diários) completamente distorcida da realidade;

- Protestar contra a pesada carga tributária, que incide de maneira brutal sobre os combustíveis, e também em todos os setores da economia, travando o desenvolvimento do país e inibindo novos investimentos;

- Reafirmar seu posicionamento de que o país só deixará definitivamente suas dificuldades econômicas para trás quando o Agronegócio merecer a prioridade do governo, ter um tratamento justo e estímulo para continuar produzindo o alimento dos brasileiros; e

- Solicitar que o movimento grevista dê atenção especial aos problemas dos produtores de proteína animal, que, como os demais da economia rural, apoiam o movimento, mas está sendo duramente penalizado com a falta de transito dos caminhões, seja para o transporte de ração ou para escoar sua produção.

É importante considerar que, eventuais soluções para os atuais problemas, só terão continuidade com a implantação de um sistema tributário justo, moderno e que priorize a produção.

O atual sistema parece concebido para sustentar uma pesada máquina administrativa, financiar os perdulários poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, cobrir o déficit decorrente de um sistema ineficiente e corrupto e socorrer, com o dinheiro do contribuinte, as empresas públicas vítimas deste sistema.

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