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Paralisação

Samu Noroeste pode entrar em greve nesta sexta-feira (3)

Socorristas prometem parar, se jornada de trabalho mudar de 12 x 60 para 6h diárias, conforme proposta do Ciuenp

Publicado em 01/08/2018 às 00:55
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Caso a mudança seja aprovada, os socorristas prometem paralisar os serviços, ainda na sexta-feira. (Foto: Reprodução/ Samu Noroeste)

Socorristas do Samu Noroeste podem entrar em greve nesta sexta-feira (3). A paralisação será iniciada caso seja aprovada uma alteração na jornada de trabalho, proposta pelo Consórcio Intermunicipal de Urgência e Emergência do Noroeste do Paraná (Ciuenp), responsável pelo serviço, na região Noroeste.

De acordo com a nova medida, os socorristas do Samu Noroeste, que hoje trabalham em escala de 12 x 60, sendo 30 horas semanais, terão de cumprir 6 horas de trabalho diárias, o que segundo a categoria, vai acarretar prejuízos, pois a maioria dos funcionários trabalha em outras cidades e o gasto com transporte vai aumentar, além de ser retirado o auxílio alimentação.

 “Isso vai gerar um transtorno e muitas pessoas que sonharam em fazer parte do Samu, que sustentam as suas famílias com o salário do Samu, vão ser obrigadas a pedir demissão, porque não vão conseguir dar conta do serviço nessa nova escala”, conta o técnico socorrista da base de Paranavaí, Fernando Brito de Oliveira.

Oliveira também explica que grande parte dos funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência tem outro trabalho para complementar a renda e, com a modificação, não será possível conciliar os horários.

Para tentar impedir que essa mudança seja efetivada e aprovada pelos 101 prefeitos dos municípios que compõe o Ciuenp, representantes dos Sindicatos dos Empregados em Estabelecimentos em Saúde de Paranavaí e Região (Sindesp), de Umuarama e Região (Seessu) e de Campo Mourão e região, se reuniram na última segunda-feira (30) e redigiram um ofício que foi encaminhado a todos os municípios que compõe o consórcio do Samu Noroeste, pedindo a colaboração dos representes para que não apoiem a mudança.

De acordo com o documento, “tais alterações consistem em modificações drásticas nas condições de trabalho dos empregados que já praticam a jornada de 12 horas desde o início das atividades do Consórcio. Ademais, os funcionários que laboram em bases descentralizadas terão que se deslocar diariamente, o que além de trazer prejuízos para os empregados irá onerar o próprio consórcio, que terá que arcar com tais deslocamentos”, diz o ofício.

Segundo o advogado do departamento Jurídico dos Sindicatos, William Diego Fortunato, que representa os Empregados em Estabelecimentos de Saúde, em nenhum momento foi debatido com os sindicatos ou com os funcionários do Ciuenp qualquer alteração de jornada.

O Presidente do Consórcio, Almir de Almeida, disse em entrevista ao Portal da Cidade, que a mudança vai ocorrer por conta de atitudes dos próprios funcionários do Samu. “Nós tínhamos uma jornada de 12 x 60 e, muitas pessoas, acabavam fazendo 24h por conta de atestado médico ou outras questões pessoais para facilitar a vida delas. Depois, ainda entravam na justiça para receber hora extra dessas horas trabalhadas, o que vinha causando prejuízo ao consórcio. Então, essa mudança, quem provocou foram eles”, declara o presidente.

Ao ser indagado sobre os prejuízos que isso pode causar aos servidores, o Presidente disse: “Eles não pensaram na gente quando entraram na justiça.”

Almeida ressaltou ainda, que a mudança já está praticamente aprovada e na sexta-feira (3), deve conversar com os representantes dos municípios para oficializar o novo horário de trabalho do Samu Noroeste.

Os servidores do Samu estão organizando uma manifestação para tentar reverter a situação durante a reunião do Conselho. Eles pedem o apoio dos prefeitos e segundo os sindicatos, todos os socorristas da região noroeste que estiverem de folga no próximo dia 3, estarão presentes na reunião.

Caso a mudança seja aprovada, os socorristas prometem se reunir em assembleia e paralisar os serviços, ainda na sexta-feira.

A reunião do Conselho Deliberativo para discutir a mudança será nesta sexta-feira (3) às 13h30, no auditório da Uopeccan, em Umuarama. Caso seja aprovada, a nova jornada de trabalho deve entrar em vigor em setembro.

*Com colaboração do repórter Pedro Machado

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