Policiais federais prenderam, hoje (25), o ex-governador do
Paraná, Beto Richa (PSDB) por suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e
associação criminosa na concessão de rodovias estaduais, na 58ª fase da
Operação Lava Jato.
Autorizado pelo juiz federal substituto Paulo Sérgio
Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, o mandado de prisão preventiva foi
cumprido por volta das 7 horas de hoje (25). Esta é a segunda vez que Richa é preso no espaço de quatro meses.
No pedido de prisão do ex-governador, o Ministério Público
Federal (MPF) afirma que o ex-diretor do Departamento de Estradas e
Rodagens do Paraná (DER/PR) revelou, em depoimento, que Richa se beneficiou de
“irregularidades nos contratos de concessão rodoviária no Paraná”. De acordo
com o MPF, a investigação revelou que André Richa, filho do ex-governador, foi
beneficiado com pelo menos R$ 2,5 milhões com recursos recebidos em dinheiro
vivo, que foram usados para a aquisição de, pelo menos, três imóveis”
registrados em nome de uma empresa pertencente à mulher do ex-governador,
Fernanda Richa.
O juiz Paulo Sérgio Ribeiro também autorizou a prisão
preventiva de Dirceu Pupo Ferreira, contador da empresa da ex-primeira dama
Fernanda Richa. No pedido de prisão preventiva, Ferreira é apontado como “homem
de confiança da família e administrador das empresas Ocaporã e BFMAR, ambas da
família Richa e alvos da Operação Integração – uma fase da Operação Lava Jato
deflagrda em fevereiro de 2018 para apurar suspeitas de irregularidades nos
contratos de concessões de rodovias. Segundo o juiz federal, o “complexo
esquema de corrupção e lavagem de dinheiro” investigado perdurou entre 1999 e
2018.
Entre as supostas irregularidades que o MPF afirma já ter
identificado, estão doações suspeitas feitas por construtoras investigadas ao
diretório estadual do PSDB/PR e para Beto Richa. Segundo o MPF, logo após
assumir o governo, em 2011, Richa “imediatamente mandou suspender todas 140
ações judiciais ajuizadas pela Procuradoria Geral do Estado (PGE/PR) contra as
concessionárias, com o argumento de que era necessário um clima amistoso para
negociar acordos e proceder uma revisão amigável” dos contratos de concessão do
Estado do Paraná”.
Além disso, no pedido de prisão preventiva de Richa, o MPF
destacou estar caracterizado que Dirceu Pupo Ferreira tentou obstruir as
investigações, tentando convencer uma testemunha a mudar seu depoimento,
“alterando a verdade sobre fatos da investigação acerca do patrimônio da
família Richa”.
Além de autorizar a prisão de Richa e Ferreira, o juiz
também determinou a apreensão dos celulares dos dois. A reportagem não obteve
informações se o mandado de prisão preventiva de Ferreira já foi cumprido e não
conseguiu contato com a defesa de Richa e do contador.