Na manhã desta quinta-feira (8), o Grupo de Atuação Especial
de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná prendeu
três advogados que atuam na região de Santa Isabel do Ivaí (a 100 quilômetros de Paranavaí) e Loanda (a 82 quilômetros de Paranavaí). Eles estão
sendo acusados por crimes como estelionato e apropriação indébita.
De acordo com o Gaeco de Curitiba, responsável pelas
investigações, integrantes do grupo procuravam pessoas que detinham contas
bancárias – normalmente pessoas humildes, idosos ou de pouca instrução –,
pegavam procurações e ingressavam na justiça com ações contra os bancos para
reaver diferenças financeiras decorrentes de reformas econômicas (diferenças
essas conhecidas como expurgos inflacionários).
Em algumas situações, como explica o Ministério Público, quando estavam prestes a receber o dinheiro, os advogados alegavam para os titulares das contas que o processo demoraria ou não daria certo, e os convenciam a desistir de esperar pelo fim do processo. Assim, por uma quantia simbólica, "compravam" o direito das vítimas de receber o dinheiro, embolsando, posteriormente, valores significativos.
De acordo com informações divulgadas pelo portal de notícias G1 Norte e Noroeste, as investigações apuraram que o golpe foi aplicado em 29 pessoas e o prejuízo chegou a R$ 5 milhões.
Segundo o Gaeco, um cartório também é investigado por dar
suporte nos processos eletrônicos, emitindo alvarás que eram entregues
imediatamente aos advogados que sacavam as quantias, sem dar tempo ao banco de
propor recursos.
Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pelo juízo
da comarca de Santa Isabel do Ivaí, atendendo pedido do Ministério Público.
No total, o Gaeco investigou e denunciou 12 pessoas à
justiça, pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documentos falsos,
estelionato, peculato, apropriação indébita e lavagem de dinheiro, além de associação
criminosa. Os fatos ocorreram, de acordo com o MPPR, entre os anos de 2011 e 2015.
Na operação deflagrada na manhã de hoje, foram cumpridos,
ainda, mandados de busca e apreensão em escritórios e outros estabelecimentos
relacionados aos advogados e a outras pessoas supostamente envolvidas nas
ações.
*Com informações da Assessoria de Imprensa do Gaeco