Por Victor Ramalho
Dizem que o amor é a única coisa capaz de atravessar gerações. Pode ser o amor entre pai e filho ou mesmo ao time do coração. O vigilante Reginaldo Rodrigues, de 48 anos, sabe bem o que é isso.
Morador de Paranavaí e torcedor fanático do Clube de Regatas do Flamengo, ele viu o amor que sente pelo time do coração ser compartilhado pelo filho, Ruan Rodrigues, de 20 anos. "Ruan", aliás, é uma homenagem do pai a um ídolo do rubro-negro.
"Quando o meu Ruan nasceu, o Juan, zagueiro, que jogou na Roma e na Seleção Brasileira, tava surgindo no Flamengo, virando ídolo. Aí decidi homenagear ele. No caso, o nome do meu filho foi com "R" pra ficar igual a inicial do pai (risos)", contou Reginaldo, em entrevista ao Portal da Cidade.
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Embora todo pai sonhe em ver a criança torcendo para o mesmo time que ele, Rodrigues garante que a torcida do filho ao time carioca surgiu naturalmente.
"A gente sempre sonha (que o filho torça para o nosso time), mas não teve nada forçado. Ele me via assistindo jogo quando ele era pequeno, começou assistir junto. Depois começamos a comprar camisas juntos e todo domingo era os dois vendo o Flamengo na TV. Hoje, me arrisco a dizer que o Ruan é até 'mais Flamengo' do que eu", relata.
Reginaldo Rodrigues e o filho, Ruan, estiveram no Rio de Janeiro em 23 de setembro de 2018, para assistir Flamengo 2x1 Atlético Mineiro | Foto: Arquivo Pessoal
Juntos, Reginaldo e Ruan viram diversos títulos marcantes do rubro-negro pela TV, como o Campeonato Brasileiro de 2009. Mas ainda faltava algo especial: ver o time do coração no 'palco sagrado'.
Depois de muito tempo, a oportunidade veio e da forma que ambos queriam: juntos. No dia 23 de setembro de 2018, Flamengo e Atlético Mineiro se enfrentaram no Maracanã, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, a equipe carioca venceu por 2 a 1, com gols de Willian Arão e Lucas Paquetá. Leonardo Silva descontou para o Galo.
O jogo marcou, além da aproximação do Mengão do então líder Palmeiras, a primeira visita de pai e filho ao Estádio. E o gol do meia flamenguista deu um sabor especial ao encontro.
"Na época o Ruan tinha 16 anos. O ídolo dele era o Paquetá e você lembra, né? Todo gol, ele comemorava com aquela dancinha. Dito e feito. Naquele dia, a gente sentou atrás de um dos gols. O Paquetá fez o gol da vitória e veio comemorar na nossa frente, começando a dançar. E aquele moleque (o filho) não começou a chorar na hora? (risos). Eu não resisti, chorei junto. Foi um dia inesquecível. Naquele dia, o Paquetá também virou meu ídolo", conta o pai, emocionado.
Ruan Rodrigues dentro do Maracanã, horas antes do jogo começar. Ele não imaginava que a tarde ainda guardaria grandes surpresas para pai e filho. | Foto: Arquivo Pessoal.
Atualmente, Ruan não está mais em Paranavaí. Ele foi para Portugal trabalhar. Apesar da distância, o Flamengo continua unindo a dupla. "Todo dia a gente se fala. E toda vez que tem jogo do Flamengo, nós ficamos um tempão no telefone falando sobre, seja antes ou depois da partida", finaliza.
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