Eloíse Fernandes
Três corredores de Paranavaí percorreram no último sábado
(14) um trajeto de 75 quilômetros, de Paranavaí a Maringá. A atividade foi uma
preparação do trio para uma ultramaratona, marcada para o dia 26 de
maio, na serra do mar, um trajeto entre Morretes e Guaraqueçaba.
Os maratonistas, Diego Inácio da Silva, 31, Antônio
Claudiney Dias (Ney Car), 50, e Aline Soares, 32, fazem parte da Associação dos
Corredores de Paranavaí e Noroeste do Paraná (Acorrenor) e de acordo com Ney,
que coordena os treinos do grupo, já estão se preparando para esta prova há
três meses, com treinos curtos em torno de 20 quilômetros.
Além dos três, mais um atleta de Paranavaí, que não
participou deste treino no último fim de semana, Roberto Cerezuela, 57, também
está confirmado para a prova que acontece no fim de maio. Roberto e Aline devem
correr 52 km, enquanto Ney e Diego vão se aventurar na prova dos 105 km.
Na manhã deste sábado (14), os atletas resolveram desafiar o próprio corpo e saíram de Paranavaí às 4h45 da frente da Catedral da Matriz Maria Mãe da Igreja e só pararam após 10h de corrida, quando chegaram à Catedral de Maringá.
Para conseguir realizar a prova, os três corredores tiveram
suporte de uma equipe de apoio, que seguiu de carro levando água, gelo e os
mantimentos necessários para que tivessem força para concluir o percurso.
De acordo com Ney, durante o trajeto pela BR-376, foram feitas pequenas paradas para tomar água e se alimentar, mas logo os atletas seguiam novamente. “Nós realizamos em torno de 10 paradas de 1 minuto e meio, mais ou menos. A mais longa foi de 10 minutos para o almoço, mas logo seguimos o trajeto para o corpo não esfriar”, ressalta.
Ainda segundo o atleta, esse foi um grande desafio. Ele que
já está acostumado com longas corridas em montanhas, relata que correr esses 75
quilômetros no asfalto, foi uma grande superação. “Nós saímos daqui ainda
escuro, e mesmo com sinalizador, tinha o risco de não ser visto pelos carros na
pista. Depois tinha o sol forte no rosto, o vento, as carretas, que passavam e
jogavam areia na gente. Sem contar que é um percurso bastante repetitivo, e
diferente da montanha, não altera a musculatura utilizada, então esgota mais
rápido”, relata.
Já para o atleta Digo Inácio, o final da corrida foi o mais
sofrido. “No começo os quilômetros passaram muito rápido, mas depois do km 60 a
dor começou a atrapalhar e cada quilômetro demorava muito para passar. Aí
controlar a cabeça foi o maior desafio”, explica o corredor.
Ainda de acordo com os atletas, na última hora, uma
corredora de Nova Esperança decidiu acompanhá-los no treino, a partir da cidade
dela, até Maringá. A corredora, Lívia Mangolin, percorreu junto com o trio, 43
quilômetros. Ela ainda não sabe se vai participar da ultramaratona de Morretes
no final do mês de maio, mas cruzou a linha de chegada estipulada para o fim do
treino com o trio Paranavaiense.
E para fechar com chave de ouro os 75 quilômetros e as mais
de 6 mil calorias gastas durante o trajeto, ao chegar à cidade de Maringá, os
atletas foram agraciados com uma chuva que, segundo
eles, não caiu em nenhum outro ponto do percurso. “Realmente foi
para lavar a alma”, finaliza Ney.