A tarefa de ensinar na atualidade tem se tornado cada vez mais desafiadora. Isso porque, diariamente, profissionais precisam enfrentar obstáculos como a desvalorização social, alunos desinteressados, falta de recursos e infraestrutura, dentre vários outros. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que, somadas, as universidades públicas e privadas apresentam percentual de 58,85% de vagas ociosas nos cursos de licenciatura, um dado alarmante para o futuro da profissão de professor no Brasil.
Além das questões citadas, os docentes ainda precisam adaptar-se a uma nova realidade: os nativos digitais, como categoriza o escritor americano Marc Prensky. Eles são uma geração de indivíduos nascidos na era digital e que muitas vezes veem a escola como um espaço não atrativo para se estar. Perante a isso, professores têm o desafio de buscar formação para engajar esses estudantes no processo de ensino e aprendizagem.
Para tentar apresentar soluções práticas, o professor e especialista em formação de docentes Marlon Richard Alves Pillonetto elenca algumas estratégias que podem auxiliar os profissionais a enfrentarem as dificuldades que surgem em sala de aula neste mundo digital:
1. Compreender que a formação continuada constante é necessária
O
especialista destaca a importância da profissão, já que se trabalha com a formação humana, para apresentar a necessidade de se manter em constante evolução. “É preciso que estejamos preparados para os múltiplos contextos educacionais e as novidades que surgem a cada dia. Sendo assim, a formação continuada necessita fazer parte da nossa rotina de trabalho, já que apenas assim construiremos estratégias significativas para lidar com as problemáticas que surgirem em nosso caminho”, afirma.
2. Compreender que as metodologias ativas são a melhor alternativa para ensinar os nativos digitais
Para o
professor, utilizar metodologias ativas é uma alternativa para deixar o ambiente de aprendizagem significativo e engajar os estudantes no processo de ensino e aprendizagem. “Por meio delas, a sala de aula se torna um espaço de aprendizagem maker, no qual o estudante participa ativamente da construção do seu conhecimento, com nossa mediação docente como apoio: afinal somos os adultos formados da relação.”
Atividade prática aplicada em uma turma de 5ª ano para construção de conhecimento sobre coordenadas e pares ordenados. Foto: Arquivo pessoal
3. Sempre estar atualizado sobre o universo infanto-juvenil e trazer esse conhecimento para as aulas
Outro ponto é conhecer o universo infanto-juvenil. Assim, segundo ele, as aulas poderão tornar-se mais atrativas para os estudantes, visto que a relação professor-aluno ficará mais próxima e as temáticas introdutórias, por exemplo, mais engajadoras.
4. Trabalhar a gestão do tempo e emocional junto com os estudantes
“Temas como gestão do tempo e gestão emocional são de extrema importância para o dia a dia de sala de aula. Desse modo, é importante que a escola incorpore no currículo interno saúde mental, inteligência emocional e rotinas de estudo como temas transversais para que haja uma aprendizagem integral”, considera o
professor.
Atividade prática aplicada em uma turma de 5ª ano com Realidade Virtual para trabalhar o conteúdo: sobre Sistema Solar. Foto: Arquivo pessoal
5. Trazer a tecnologia digital para a sala de aula
Para o
especialista, é importante que o professor não veja a tecnologia digital como inimiga do processo de ensino e aprendizagem. Assim, sempre que possível, e mediante a infraestrutura disponibilizada pela instituição de ensino, que ele faça o uso de aparatos tecnológicos para desenvolver a competência do uso consciente dos recursos digitais. “Como dica, temos algumas plataformas que são simples de serem utilizadas e ótima opção para quem está iniciando no universo digital, como: Padlet, Wordwall, Kahoot, Quizzes, Merge Cube, Sólidos RA, Geogebra, aplicativos da Google for Education, Canva, entre outras”, cita.
6. Pensar fora da caixa
Por fim,
Pillonetto considera importante que os profissionais da área pensem fora da caixa, pois o disruptivo é o que pode engajar essa geração de alunos multitelas e que são impacientes o suficiente para não conseguir focar em uma tarefa por muito tempo. “Seja inovador com o simples!”
Atividade lúdica aplicada em uma turma de 5ª ano para construção de conhecimento sobre coordenadas e pares ordenados. Foto: Arquivo pessoal
