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Região de Paranavaí registra 58 acidentes de trabalho graves e uma morte

Dados são do primeiro quadrimestre. Em 2018, foram 221 registros e oito mortes em decorrência dos agravos.

Publicado em 27/04/2019 às 05:06
Atualizado em

(Foto: Ilustrativa/Roberto Custódio)

Há anos a campanha Abril Verde conscientiza a população sobre a importância da segurança e da saúde do trabalhador. As ações são realizadas por órgãos públicos, entidades e instituições apoiadoras da causa, como o Conselho de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR).

Apesar das mobilizações em todo o mês, amanhã, dia 28, é dedicado à memória das vítimas de acidentes e doenças do trabalho. A data é lembrada desde 1969, quando uma explosão de uma mina da cidade de Farmington, na Vírginia, estado dos Estados Unidos, matou 78 trabalhadores. Ao longo dos anos, as ações têm ajudado a reduzir os índices de acidentes e mortes no trabalho.

Na região de Paranavaí, nos últimos dois anos ocorreram 465 acidentes ocupacionais graves e 14 mortes. Foram 186 agravos em 2017 com cinco óbitos; 221 acidentes em 2018 com oito mortes e 58 registros até abril deste ano com um óbito.  Os dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) são de registros feitos pela 14ª Regional de Saúde, que atende 28 municípios.

Segundo a Classificação Internacional de Doenças, as três principais causas de agravos foram as circunstâncias relativas às condições de trabalho (54); contato com máquinas ou equipamentos (46) e contato com outros utensílios manuais e aparelhos domésticos equipados com motor (35). Sobre as ocupações que mais registraram acidentes graves relativas às, pedreiro ficou em primeiro lugar, com 55 casos; trabalhador da agricultura em segundo, com 44, e trabalhador agropecuário em geral em terceiro, com 30 registros.

De 2012 a 2017, quase 15 mil trabalhadores não voltaram para casa no Brasil, entrando para a estatística de vítimas de acidentes de trabalho, segundo o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho do Ministério Público do Trabalho. No período, foram quase 4 milhões de acidentes e doenças do trabalho, gerando R$ 26 bilhões somente com despesas previdenciárias e 315 milhões de dias de trabalho perdidos. Ao todo, no Paraná, foram 105,1 mil auxílios-doença por acidente de trabalho, com impacto previdenciário de R$ 917,6 milhões. Somente em 2017, 14 mil afastamentos foram registrados no Estado e 209 acidentes resultaram em morte.

O Crea-PR tem o papel de verificar se o empregador está contratando profissionais ou empresas habilitadas que assumam a responsabilidade técnica pelos equipamentos instalados. No Conselho, 6.473 profissionais estão habilitados para a atividade, quase 60% a mais do que o registrado em 2010, quando haviam 3,8 mil Engenheiros especializados em Segurança do Trabalho. Na região Noroeste, são 504 profissionais habilitados para a função nas microrregiões de Maringá (310), Umuarama (50), Cianorte (49), Paranavaí (49) e Campo Mourão (46). Em 2018 a Regional Maringá do órgão fez 94 fiscalizações na Região Noroeste, neste ano até este mês, foram 32. 

Abril Verde

Diante do cenário crescente de acidentes e afastamentos de trabalho, o Crea-PR criou este mês o Comitê de Estudos Temáticos de Segurança do Trabalho. O objetivo é implantar um programa de incentivo e promoção das práticas legais e recomendadas de Engenharia de Segurança do Trabalho nos processos produtivos de empresas e empreendimentos de Engenharia, Agronomia e Geociências.

A criação do Comitê foi articulada pelo Conselho, Entidades de Classe, Ministério Público do Trabalho e conselheiros de diversas modalidades que têm especialização na área de Segurança do Trabalho. “Com o Comitê será possível trabalhar pautas mais específicas e as mais urgentes, baseadas nas demandas da sociedade, nos desafios do momento, e interagir com as demais Câmaras”, diz o coordenador e Conselheiro da Câmara Especializada em Agrimensura e Engenharia de Segurança do Trabalho (Ceast), do Crea-PR, o Engenheiro de Segurança do Trabalho Benedito Alves Junior.

Para o Engenheiro de Segurança do Trabalho, Edinei Aparecido Furquim, uma das grandes dificuldades encontradas tem relação direta com a falta de consciência do próprio trabalhador, pois em muitos casos há o que chamamos de sazonalidade, quando ele trabalha em uma empresa, sai e vai para outra. Porém, ao sair ele esquece todo o treinamento que recebeu e as orientações.

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