Após meses de bons resultados, Paranavaí fechou dezembro com saldo negativo na geração de empregos. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) divulgados nesta terça-feira (31), a cidade perdeu 439 postos de trabalho durante o último mês de 2022. O número é resultado de 600 admissões contra 1.039 desligamentos.
O setor que mais perdeu vagas de emprego foi o de serviços, que fez 183 demissões a mais do que contratações. Em seguida aparecem a indústria, com redução de 120 postos de trabalho, o comércio, com 91 perdas, e agropecuária, com 54. O único setor em que o número de admissões superou o de desligamentos foi o da construção, com nove postos criados.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Paranavaí, Carlos Emanuel Rodrigues, a perda de vagas com carteira assinada durante dezembro surpreendeu. De acordo com ele, não é possível indicar um único motivo para explicar o desempenho ruim.
"A gente sabe que dezembro é um mês com demissões no comércio, dos empregos temporários, a gente sabe que também existem aquelas empresas que fazem acordos trabalhistas com funcionários para férias e aumentar a renda no fim do ano. Há aquelas pessoas que realmente são desligadas e aquelas que pedem as contas para serem empreendedoras. Então, não podemos precisar qual o fator, porém, é um [cenário] que acende um alerta para nós quanto à economia", avalia.
Apesar do resultado negativo em dezembro, considerando os 12 meses do ano, a cidade fechou 2022 com saldo positivo na geração de empregos. Conforme o Novo Caged, Paranavaí gerou 981 postos de trabalho formais no período, resultado de 11.320 contratações contra 10.339 demissões.
No ano, o setor de serviços aparece liderando a geração de vagas, com a criação de 508 postos. Em seguida estão comércio (+245), indústria (+160) e construção (+74). A agropecuária foi o único setor que fechou 2022 com saldo negativo, já que perdeu seis postos.
Na avaliação de Rodrigues, o resultado obtido durante o ano é um reflexo da força dos diferentes setores da economia paranavaiense. "Também mostra [o empenho do município] nas ações realizadas durante o ano para fomentar esse ambiente propício para novos empregos", destaca.
Segundo o secretário, apesar dos ganhos ao longo do ano passado, o cenário ainda é de muita incerteza em 2023. "O Brasil está em um clima de insegurança, mas o município vai se preparar. Nós vamos criar ações para fomentar um ambiente favorável [para geração de empregos], porém, nós temos que lembrar que o maior peso da carga tributária não é por parte do município, e, sim, do governo federal. Então os municípios pouco podem fazer. O que depende de nós, nós já estamos deixando quase que isentos de taxas. Nós esperamos muito do governo federal", garante.
Paraná
O Paraná fechou o ano passado com 118.149 novas vagas, o quinto estado no país em números absolutos e o primeiro na região sul a gerar mais empregos com carteira assinada. O setor de serviços liderou o número de vagas geradas, concentrando 76.999 novos postos de trabalho no período, o equivalente a 65,17% do total.
Os serviços foram os maiores geradores de vagas com carteira assinada no Paraná em quase todos os meses de 2022, com destaque para fevereiro, cujo saldo foi de 20.781 novos postos. As exceções foram em novembro, quando o setor com o melhor resultado foi o comércio, somando 5.234 vagas criadas e, em dezembro, mês em que todos os estados apresentaram saldo negativo na abertura de vagas em razão do fim dos contratos temporários após as contratações para as festas de fim de ano.
O segundo maior gerador de empregos no estado em 2022 foi o comércio, com 21.154 postos criados. Em terceiro lugar, esteve a indústria, com a criação de 15.271 vagas, impulsionada principalmente pela indústria de transformação, que, sozinha, gerou 15.361 oportunidades. Os outros setores também tiveram indicadores positivos: construção gerou 2.514 novas vagas e a agropecuária 2.154 postos.
