A suspensão da obrigatoriedade da
contribuição sindical determinada pela recente reforma trabalhista está tendo
um impacto negativo sobre a economia de Paranavaí. É que, sem esta fonte de
receita, os sindicatos do Comércio Varejista (Sivapar) e dos Empregados do
Comércio (Sindoscom) não têm como sobreviver e deverão ser encampados pelas
entidades sindicais mais próximas, no caso os de Maringá, que tem horário de
trabalho e um calendário diferenciado do praticado em Paranavaí.
Um dos impactos imediatos seria o fechamentos
dos supermercados sábados à tarde e nos domingos. O outro seria o calendário
especial de Natal, com horário diferenciado.
Para tratar deste assunto foi realizada na
manhã desta sexta-feira uma reunião de emergências entre os dois sindicatos, a
Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (ACIAP) e o Sindicato dos
Contabilistas de Paranavaí. O presidente da ACIAP, Rafael Cargnin Filho reconhece
que ter o comércio de Paranavaí regido pelos sindicatos de Maringá, que
estenderiam sua base até a cidade, traria um grande prejuízo.
NOVA
LEI – Pela nova legislação trabalhista, comerciantes e
comerciários têm até dez dias após a assinatura da convenção para manifestar a
“oposição à contribuição”, um documento próprio que desautoriza a cobrança da
contribuição sindical. Em Paranavaí a assinatura da convenção aconteceu no
último dia 20.
Nos últimos dias, conforme relatos dos
presidentes do Sivapar e Sindoscom, respectivamente, Edivaldo Cavalcanti e
Leila Vanda Aguiar, aumentou consideravelmente as “oposições à contribuição”, o
que vai inviabilizar a sobrevivência das entidades.
Os representantes do Sincopar, Ricardo Polido
e Laércio Medina, disseram que a contribuição sindical é opcional, mas vão
apoiar as reivindicações dos comerciantes e comerciários. Por sua vez,
Cavalcanti disse que embora “a abertura dos supermercados aos sábados à tarde e
aos domingos seja opcional, esta é uma conquista de poucas cidades conseguiram.
Maringá, por exemplo, não tem esta opção”.
Diante dos fatos, uma nova reunião será
realizada em breve envolvendo novamente as quatro entidades, e também com a
parceria de contabilistas da cidade para discutir o assunto. “Precisamos
encontrar uma saída razoável para o problema. Não podemos ter este prejuízo.
Foi um grande avanço que tivemos e não podemos retroceder”, disse Cargnin.