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Fabricação de torneiras gera emprego e renda em Loanda e região

Município é reconhecido em todo o Brasil como um importante polo produtor de metais sanitários. Hoje, a produção local representa 17% do mercado nacional.

Publicado em 04/12/2020 às 04:37
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São 77 indústrias que geram 3,5 mil empregos diretos. (Foto: José Fernando Ogura/AEN)

É bem provável que as torneiras que você tem em casa tenham sido feitas em Loanda, no Noroeste do Paraná. O município, junto com Santa Izabel do Ivaí, Santa Cruz de Monte Castelo e São Pedro do Paraná, integra um importante polo produtor de metais sanitários.

De acordo com a Associação das Indústrias de Metais Sanitários (Aimes), Loanda e região concentram 77 indústrias. Juntas, elas geram 3,5 mil empregos diretos. As empresas da cadeia secundária, que dão suporte às indústrias metal-mecânicas, são responsáveis por cerca de 2,5 mil postos de trabalho, o que faz do segmento o principal empregador na região. 

De acordo com o diretor da Aimes, Henrique Oda Torres, são mais de 100 marcas de torneiras. “Loanda é reconhecida em todo o Brasil como um importante produtor de torneiras. Hoje, a produção local representa 17% do mercado nacional, o que é bastante representativo”, afirma. 


A primeira empresa dedicada a esse tipo de produto em Loanda surgiu em 1983. No entanto, a explosão do setor aconteceu a partir de 1998, mas foi apenas no início dos anos 2000 que as empresas da região começaram a se organizar, criaram uma associação – a Aimes – e passaram a desenvolver projetos conjuntos para fortalecer o setor. 

Uma das ações da Aimes para 2021 é inaugurar um Centro Vocacional Tecnológico (CVT) que será o primeiro do País voltado à qualificação de profissionais para trabalhar em indústrias de metais sanitários. “Os cursos de torneiro mecânico existentes preparam as pessoas para trabalhar tanto numa fábrica de torneira quanto numa empresa automotiva. Nosso centro tem como missão formar especificamente pessoas para trabalharem na fabricação de metais sanitários”, explica Torres. 

Ele acrescenta que um profissional da área leva até três anos para aprender totalmente o ofício, o que acaba sendo oneroso para as empresas. A meta é que o CVT forme cerca de 500 profissionais por ano. 

Torres destaca também que o segmento está passando por uma transição. “Nosso processo é bastante manual e, para nos tornarmos mais competitivos, é preciso investir em maquinários e automatizar os processos. Mas isso demanda mão de obra cada vez mais especializada e é neste ponto que o CVT vai nos ajudar”, disse. 

Uma das fabricantes de metais sanitários de Loanda é a Real Metais. Com 22 anos de mercado, a empresa fabrica mais de 1,5 milhão de peças por mês. A produção atende todo o mercado nacional e uma pequena parcela é exportada para o Paraguai. Contando com os fornecedores exclusivos terceirizados, a empresa emprega 180 pessoas. Ali, são produzidas torneiras, registros, válvulas e diferentes acessórios para banheiros. 


Torres, que preside a Real Metais, conta que a singularidade do ano vai além da pandemia. “Estamos com as vendas fechadas para os próximos três meses. Mesmo com a pandemia registramos crescimento recorde, uma média de 37% no ano”, conta. 

Mais jovem, criada em 2007, a Kitbras Metais foi fundada para produzir componentes para outras fabricantes de torneiras, mas em 2012 os proprietários decidiram lançar seus próprios produtos. 

O diretor-geral, Eduardo Alamino, conta que a ideia de criar a empresa nasceu de um sonho antigo de seu pai. “ Meu pai é contador e atendeu por mais de 20 anos empresas de torneiras de Loanda. Ele sempre quis ter sua própria empresa do segmento e em 2007, depois de um convite de sociedade feito pelo meu cunhado, que já trabalhava no ramo, resolvemos montar a fábrica”, relembra. 

Hoje, a empresa conta com 48 funcionários, fabrica cerca de 80 mil peças por mês e continua crescendo. “Nossa meta é espalhar nossos produtos para todo o Brasil e, num segundo momento, começar a exportar”, planeja Alamina.

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