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Depois de nove anos, exclusões no SCPC são maiores que as inclusões, diz Aciap

Segundo a associação, os consumidores contemplados com auxílio emergencial têm usado o recurso para “limpar o nome"

Publicado em 14/08/2020 às 08:56
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Aciap acredita que auxílio emergencial tenha contribuído para diminuição do número de endividados. (Foto: Assessoria de Imprensa Aciap)

O crescimento no índice de exclusões de registros no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) tradicionalmente acontece nos meses de novembro e dezembro, quando os trabalhadores recebem a primeira e segunda parcelas do 13º salário. Mesmo assim, são raras as vezes em que o número de exclusões é superior ao de inclusões. A última vez que isso aconteceu em Paranavaí, segundo a Associação Comercial e Empresarial (Aciap) foi em dezembro de 2011 (período de 13º salário), há nove anos.

Por isso, a informação divulgada esta semana na reunião da Diretoria da Aciap de que no último mês de julho, o índice de exclusões do SCPC foi superior às inclusões causou uma boa surpresa entre os diretores. Este dado aponta que a economia local começa a ser reativada.

“Não há de se falar em crescimento este ano. Somente uns poucos setores crescerão e ainda em razão de suas características. Mas estamos confiantes de que podemos retomar a níveis que estávamos antes da pandemia”, diz o vice-presidente para assuntos de Comércio da Aciap, Luiz Paulo Mendonça Hurtado. 

Os dados da Associação mostram que no mês passado a porcentagem de quitação de dívidas foi de 44,22% maior em relação a junho e 24,10% em comparação com julho de 2019, quando não havia pandemia. Não é só isso: o número de endividamento também caiu: em relação a junho o número de inclusões (registro de dívidas) em julho diminuiu 36,39% e se comparado a julho do ano passado a redução foi de 13,32%.

O índice de exclusão de julho foi maior inclusive que o último mês de dezembro. O desempenho foi melhor em quase meio por cento (0,48%).

Os positivos índices de exclusão significam que o Serviço de Inteligência da Aciap recuperou R$ 199.547,75. Este ano, de janeiro a julho, a entidade já recuperou R$1.332.184,60.

Os dados ainda mostram que este ano foram recuperadas 62% a mais o valor das dívidas registradas, enquanto em 2019 o índice tinha sido de 44%.

AUXÍLIO EMERGENCIAL - Para o gerente executivo da Associação, Carlos Henrique Scarabelli, os dados referentes às exclusões em julho passado, principalmente se comparado aos índices de inclusões, demonstra que o auxílio emergencial tem irrigado a economia local, garantido empregos e a sobrevivência do comércio varejista, que está vendendo e recebendo dívidas atrasadas. Em Paranavaí foram contempladas 25.665 pessoas. No total foram distribuídos R$ 61 milhões.

“Quem estava desempregado, em situação difícil ou sem nenhuma renda, teve a oportunidade através do Governo Federal, recebeu o auxílio emergencial e saldou sua dívida”, analisa Scarabelli. 

Ele também ressalta que os números mostram que o Serviço de Inteligência Empresarial da Aciap, está sendo fundamental e dando suporte ao empresário na recuperação de dívidas, “se destacando inclusive em relação a anos em que não se vivia este quadro pandêmico”.

LUZ NO FIM DO TÚNEL - O vice-presidente para assuntos de comércio, que é proprietário de uma loja de calçados, sentiu na sua empresa uma maior procura de interessados em quitar dívidas atrasadas. “Desde a pandemia vínhamos propondo renegociações, deixando juros de lado, reparcelando. Mas no mês passado a procura foi bem maior”, diz Hurtado, que confirma que os funcionários do crediário trabalharam mais em exclusões do que em inclusões.

O empresário também atribui ao pagamento do auxílio emergencial o bom desempenho dos índices de exclusões de registros no SCPC. Outra ferramenta que facilitou a recuperação de dívidas, segundo ele, foi o convênio com o Cartório de Protesto. “A gente tenta de todas as formas a negociação Quando não tem alternativa, encaminhamos para o protesto e isto têm feito os inadimplentes voltarem a negociar ou quitar de vez a dívida atrasada”, relata ele.

O empresário conta que durante o fechamento do comércio, dispensou cinco funcionários e já recontratou três. Para ele, a venda do Dia dos Pais foi igual a do ano passado no mesmo período e melhor que a do Dia das Mães deste ano, que é o segundo Natal dos lojistas. “Tem uma luz no fim do túnel”, comemora.

Ele também não acredita em crescimento da economia este ano, mas já começa a crer que a comercialização pode voltar aos níveis pré-pandemia. “Acho que já dá até para flexibilizar outros setores da economia. Basta definir protocolos de segurança, como foi feito com o comércio, que estabeleceu uso de máscaras, do álcool em gel para funcionários e clientes, cumprir com o distanciamento social, etc, que dá certo”, aposta o vice-presidente da Aciap.


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