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luz, câmera, ação

Gosta de cinema? Confira a resenha do misterioso filme 'Sinais"

Na edição do quadro "Luz, Câmera, Ação", o leitor confere o suspense que tem como plano de fundo uma invasão alienígena, mas é bem mais complexo que isto.

Publicado em 09/06/2024 às 13:00
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(Foto: Reprodução)

Por Lidia Bueno

Os melhores filmes sempre são subjetivos, aqueles cuja trama fica aberta à interpretações e no fim, mesmo que as dúvidas não sejam sanadas por completo, o espectador sente que teve a vida mudada para sempre. Se você ainda não teve a vida impactada por um filme, o Portal da Cidade Cianorte traz um que, com toda certeza, vai te marcar para sempre.

Lançado em 2002, de M. Night Shyamalan, diretor de grandes sucessos como O Sexto Sentido e Fim dos Tempos, Sinais conta a história de Graham Hess, ex-pastor que abandonou a vida na igreja após a morte precoce da esposa. Vivendo descrente ao lado do irmão e dos dois filhos, Graham terá a fé testada quando misteriosos sinais aparecem na plantação de milho e a família se vê no centro de uma invasão alienígena.

O filme impressiona pelo elenco, apresentando os vencedores do Oscar Mel Gibson e Joaquim Phoenix, além dos talentos mirins Rory Culkin e Abigail Breslin. Com uma atmosfera intimista e para lá de misteriosa, o espectador logo começa a pegar o ritmo do filme e procurar mensagens subliminares e paradoxos em cada cena. O longa alterna entre momentos do presente e flashes do passado que levam o público a questionar: o que houve para o padre da pequena cidade interiorana perder a fé? Aos poucos revelando a trágica morte da matriarca da família, Shyamalan mostra que nem o mais temente dos homens está imune à dor do luto.

Quando Graham e os moradores da cidade passam a enfrentar o dilema das estranhas luzes no céu e dos sinais na plantação, o espectador logo percebe, junto aos personagens, que a situação é ainda mais complexa. Das dúvidas pragmáticas de “por que isso está acontecendo comigo?”, ou “se há mesmo um criador, por que permitiu que minha esposa morresse?”, Graham se dá conta que não é essa a pergunta a ser feita, mas outra muito mais profunda. Esta, inclusive, marcada no diálogo mais emblemático do filme:

“A pergunta que deve fazer é ‘que tipo de pessoa você é?’. É do tipo que vê sinais, milagres, ou você acha que as pessoas só têm sorte? Ou melhor dizendo… É possível que não haja coincidências?”

Do meio para o fim, Sinais adota um ritmo ainda mais pessoal, mas não menos frenético, ao escancarar as falhas na fé dos personagens. Assim como o protagonista, o público se pega questionando o motivo de cada uma daquelas cenas e mistérios: por que a caçula da família tem a estranha mania de deixar copos com água espalhados pela casa? Por que o tio, Marrill, ainda guarda o taco de baseball em casa após o fracasso na carreira? Por que o filho mais velho desenvolveu asma? E a pior de todas as perguntas: por que Deus permitiu uma tragédia como essa na vida de uma pessoa de fé?

No fim, o público percebe que nem o menor dos acontecimentos é por acaso e todas as respostas estão escancaradas, mas só podem ser notadas por aqueles que souberem interpretar os sinais.


"Sinais" está disponível no Star+. Tempo de duração: 1h46. Classificação: 12 anos.

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