Paulo Henrique Ferreira Sperandio, de 13 anos,
morador de Paranavaí acaba de ser aceito na filial da maior escola de balé do
mundo, o Bolshoi, com Sede na Rússia. O adolescente vai estudar balé na unidade
do Bolshoi de Joinville, em Santa Catarina, única unidade fora da Rússia.
O garoto, que convive com a dança desde os dois anos de idade, além do balé, já fez hip-hop e sapateado. Ele é filho da também bailarina e professora de balé, Cristiane Ferreira, proprietária da escola Ballet Devant e que, juntamente com os professores Anabia Ferreira Sperandio (irmã de Paulo Henrique), Anderson Assunção e Marcos Paulo Gerê, ajudaram a aperfeiçoar a técnica dele. “Apesar de ele ter começado bem pequeno, eu demorei para enxergá-lo como bailarino, pois ele fazia hip-hop. Outro aluno meu, que também foi aprovado no Bolshoi, foi quem me disse que ele tinha corpo de bailarino e habilidade com o balé. A partir daquele momento, eu enxerguei o potencial dele e dei o meu melhor para ajudá-lo a ser um bailarino”, conta Cristiane.
Paulo Henrique com a mãe e também bailarina, Cristiane Ferreira.
A confirmação da
Escola do Teatro Bolshoi veio na última segunda-feira (25), mas antes disso, o
adolescente já havia sido selecionado para estudar balé no Teatro Guaíra, em
Curitiba. A mãe conta que foi uma professora do Bolshoi que, vendo o talento do
garoto, o convidou para passar uma semana na escola, em um período de vivência.
Ele ficou de 18 a 22 de fevereiro deste ano estudando e conhecendo o local e
como se destacou, acabou sendo convidado a ingressar na 2ª série do Bolshoi
neste ano de 2019. “É uma sensação muito boa de conquista, estou muito feliz
com isso”, conta Paulo Henrique.
O garoto, que já sofreu preconceito por conta da dança, hoje
diz que isso, já não o incomoda mais. “Eu lidava muito com preconceito quando
eu era menor, atualmente eu ignoro. Hoje eu sei lidar com o preconceito e eu
não posso me deixar atingir pelo pensamento das pessoas.”
Já a mãe, que também tem paixão pela dança, diz que, como
bailarina, se sente realizada na conquista do filho, mas com o coração um pouco
apertado por conta da distância. “O lado mãe e o lado bailarina estão
explodindo de felicidade, mas o lado mãe fica bastante preocupado. A gente sofre
com a distância, mas é uma realização”, diz.
A partir de agora, Paulo Henrique passará sete anos na Escola de Teatro do Bolshoi, onde vai aprender técnicas da dança clássica,
que beiram a perfeição.