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Projeto social

Voluntárias de Paranavaí relatam sobre experiência na África em missão social

As duas participaram de um projeto da ONG Fraternidade Sem Fronteiras, que mantém vários centros de acolhimento em Moçambique

Publicado em 12/12/2018 às 07:41
Atualizado em

(Foto: Arquivo pessoal)

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(Foto: Arquivo pessoal)

(Foto: Arquivo pessoal)

Eloíse Fernandes

Duas voluntárias de Paranavaí participaram recentemente de uma viagem para Moçambique, na África Subsaariana, uma das regiões mais pobres do mundo, em missão social. A Pedagoga e mestre em Formação Docente Interdisciplinar, Talise Schneider, e a Educadora Física, Mariana Melo, participaram da caravana da Educação, do projeto social da ONG Fraternidade sem Fronteiras, que tem 32 centros de acolhimento para a população espalhados pela África. No local, são oferecidas refeições, água potável e cuidados com a higiene, atividades pedagógicas, culturais e formação profissionalizante para adultos e crianças.

Talise, que nunca tinha saído do Brasil, diz que escolheu a África para sua primeira viagem internacional porque precisava trazer novas experiências para a vida, modificar a forma de pensar e de ver o mundo. “Foi tudo muito rápido. Meu amigo, Evandro Oliveira, de Cianorte, que também foi viajar, passou o contato da coordenadora da caravana da educação. Ela me colocou neste grupo, já fui vendo passagem, visto, pesquisando sobre tudo. Aí deu certo, comprei a passagem e fui”, conta.

Talise com criança africana. (FOTO: Arquivo pessoal)

O grupo, composto por 16 brasileiros, incluindo as duas paranavaienses, que sempre foram envolvidas com projetos sociais, ficou por lá de 5 a 16 de outubro.  “Logo que chegamos, eu já me senti pertencente a aquele local. Sabia que ali eu ia encontrar resposta para muitas coisas. Sentimentos que achamos  que são distantes, que não são palpáveis, lá são. As pessoas são incríveis, o amor é incondicional. Foi a melhor experiência da minha vida”, conta  Talise.

FOTO: Arquivo pessoal

Já Mariana, diz que a princípio a situação de pobreza assustou e emocionou. “Chegando lá nos deparamos com uma realidade bem diferente da nossa. Nos primeiros dias é bem impactante, praticamente impossível não se emocionar. Desperta muitas emoções. A princípio um choque de você ver tanta pobreza, de como aquilo ainda acontece. Aquela situação tão miserável de sobrevivência, de falta de comida, de uma miséria em geral. As necessidades básicas, eles não têm. Mas em contrapartida, o que eles têm de sobra, que não falta, é amor, é entrega, é vida em comunidade”, declara.

Mariana com as crianças. (FOTO: Arquivo pessoal).

Talise conta que na viagem pode rever conceitos e significados. Segundo ela, pôde perceber o que realmente tem valor na vida. “Quando a gente pensa em carência, pensa sempre em carência material. Lá é uma situação bem difícil, materialmente, mas quando pude presenciar, vivenciar e sentir na pele aquela realidade, percebi que carente, somos nós. Somos tão ricos em questão material e ao mesmo tempo parece que não valorizamos o recurso humano e afetivo que temos. Lá é muito mais palpável. Falta o material, mas sobra em amor, carinho, empatia. São pessoas que você olha no olho e sente que o amor está ali.” Ela ressalta que foi para ajudar, mas o que recebeu em troca foi muito maior. “Eu conheci o amor, eu me percebi pertencente a aquele lugar. É como se seu estivesse em casa”, conta.

Voluntários Evandro, Mariana e Talise em apresentação para as crianças. (FOTO: Arquivo pessoal)

Mariana, que foi monitora no grupo responsável pelas crianças, trabalhando valores e conceitos morais por meio de contação de história e atividades recreativas e educativas, compartilha da opinião da amiga. “Lá eu presenciei realmente o que é vida em comunidade, o que é amar, aceitar as diferenças. Como nós colocamos fronteiras para esse encontro. Quando rompemos essas limitações e essas fronteiras, é lindo de ver o quanto podemos contribuir. Fomos para lá para alimentar o corpo das crianças, garantir um prato de alimento e elas incansavelmente nutriram o nosso corpo e a nossa alma”, diz emocionada.

(FOTO: Arquivo pessoal)

Apesar de terem ficado poucos dias em missão, as voluntárias relatam que aprenderam lições para a vida toda e conheceram outro lado da vida. “Eu descobri que a nossa maior casa não é casa material, é o nosso coração e ele é o nosso lar, que a gente pode dividir com os outros, com muita gente. Estamos sempre em construção, sempre em busca do melhor, mas a gente não pode buscar o melhor só para a gente, tem que buscar o melhor para todo mundo, transformar o nosso redor em um mundo melhor”, finaliza Talise.

(FOTO: Arquivo pessoal)

Sobre a Fraternidade Sem Fronteiras

A Fraternidade Sem Fronteiras (FSF) é uma Organização não governamental (ONG) que tem vários projetos para transformar a vida de crianças, adolescentes e adultos em situação de miséria.

Na África subsaariana, mantém centros de acolhimento, onde são oferecidas refeições, cuidados com a higiene, atividades pedagógicas, culturais e formação profissionalizante. A ONG também oferece amparo para idosos disponibilizando alimentação e construção de casas.

No Brasil, a Fraternidade Sem Fronteiras (FSF) apoia o tratamento de crianças com microcefalia, em Campina Grande, na Paraíba, em parceria com o Instituto de Pesquisa Professor João Amorim Neto.

Em Campo Grande, mantém o projeto Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel, que proporciona o ensino de música a jovens da periferia e ajuda a Clínica da Alma, dedicada ao tratamento de dependentes químicos.

Em Roraima, acolhe famílias refugiadas da Venezuela, que atravessaram a fronteira para o Brasil em busca de uma vida melhor.

Saiba mais sobre a ONG: https://www.fraternidadesemfronteiras.org.br/

 

 

 

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