Responsável por uma das palestras com o maior número de
espectadores na primeira edição da Feira Internacional da Mandioca (Fiman), em 2016, o
decasségui Walter Toshio Saito, que cultiva mandioca no Japão com técnica
especial para fugir ao rigoroso inverno asiático, confirmou presença na Fiman 2018. Agora, além da técnica que desenvolveu para cultivar a raiz, Saito também
deve falar sobre o mercado internacional do amido, já que, proprietário de uma
empresa de importação e exportação, ele também está comercializando a fécula.
Radicado no
Japão há mais de 20 anos e atuando em diversas áreas (recursos humanos,
construtora, imobiliária, importação e exportação, entre outras), Saito dedica
especial atenção a produção agrícola. Conhecido no Japão como o “Rei da
Cebolinha”, pela quantidade e qualidade da sua produção de cebolinha verde, ele
agora também está ganhando notoriedade pela produção de mandioca de mesa.
Fatura U$ 700 mil por ano com uma área de cinco hectares apenas. “Este ano
ainda não sei se aumentou [o faturamento], porque ainda estamos fechando o
balanço”, disse ele esta semana ao receber o convite para participar da Fiman 2018.
O convite foi
feito pelo presidente da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí
(Aciap), Maurício Gehlen, e o presidente do Sindicato Rural de Paranavaí, Ivo
Pierin Júnior, em Londrina, onde Walter Saito recebeu o título de Cidadão
Honorário pela ajuda que presta as entidades assistenciais daquele município. A Aciap, o Sindicato, a Sociedade Rural do Noroeste do Paraná, Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e o Centro Tecnológico da
Mandioca (Cetem) são os promotores desta segunda edição da feira, que
ocorrerá de 20 a 22 de novembro deste ano, no Parque de Exposições Costa e
Silva, em Paranavaí.
Nascido em Terra Boa, Walter Saito transferiu
residência, ainda criança, para Londrina, onde fez todos os seus estudos (é
professor de Educação Física). Foi para o Japão a fim de trabalhar e juntar dinheiro para concretizar um sonho: construir uma escola.
Depois de
alguns anos como empregado, começou a investir em atividades próprias. Nos
últimos anos, ele passou a se dedicar ao cultivo cebolinha, brócolis e mandioca
de mesa na cidade de Kamisato, que divide a economia entre agricultura e
indústria, e está na região central do Japão, há aproximadamente 100
quilômetros de Tóquio.
Ele construiu a
escola no Japão, destinada a filho de brasileiros, que no ano passado foi
visitada pela primeira dama do Brasil, Marcela Temer.
TECNOLOGIA -
Meses antes da Fiman de 2016, Maurício Gehlen esteve no Japão e conheceu Saito,
que lhe mostrou toda a tecnologia de adubação, plantio e colheita diferenciada.
Por isso consegue alta produtividade em cinco alqueires. A tecnologia utilizada
por Saito foi desenvolvida por ele mesmo.
Naquele
ano, impulsionado pela alta produtividade e pelos preços praticados no mercado
japonês, Saito faturou cerca de 700 mil dólares com a produção de mandioca e
sua venda para os restaurantes.
Para produzir a
mandioca no Japão, Walter Saito não lança as manivas diretamente ao solo. Ele
as corta em pedaços de 4 cm ou menos (duas gemas) e produz mudas em copos
plásticos. As mudas são produzidas em estufas durante o inverno.
Quando acaba o
período de nevada, ele coloca as mudas na terra. A roça é adubada, prática que
não é adotada no Brasil. No caso do Japão é necessária a adubação, pois são somente
oito meses para as plantas e suas raízes se desenvolverem, já que colheita tem
que ser feita antes da chegada da próxima temporada de neve (oito meses
aproximadamente). A adubação contribui para o porte da raiz, normalmente acima
da média do Brasil.
INTERNACIONAL
- A Fiman está sendo organizada pela Combo Action, que está definindo o
ciclo de palestras e comercializando os estandes. A previsão para este ano é
que mais de cinco mil pessoas visitem o evento, que deve ter a participação de
cerca de cem empresas.
Esta segunda
edição da feira deverá se caracterizar ainda mais como internacional. Já estão
sendo mantidos contatos com possíveis expositores/visitantes dos Estados
Unidos, Europa (França e Inglaterra), do continente africano (Congo, Nigéria, etc)
e da Ásia (China, Japão, Tailândia, Indonésia, Tailândia e Singapura, entre
outros). Na primeira edição, a África foi o continente com maior presença na Fiman. Agora a Ásia deve superar os africanos.