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PARANAVAÍ

Servidores municipais organizam protesto por causa de aumento salarial

Manifestação, com passeata e concentração no pátio da prefeitura, está marcada para o próximo dia 28

Publicado em 18/04/2018 às 23:41

A assembleia dos servidores municipais aconteceu nesta quarta-feira (18), no auditório da Aciap. (Foto: Assessoria de Imprensa)

A assembleia dos servidores municipais aconteceu nesta quarta-feira (18, no auditório da Aciap. (Foto: Assessoria de Imprensa )

Os servidores públicos municipais de Paranavaí aprovaram, em assembleia, a realização de uma manifestação pública para mostrar a insatisfação com o aumento salarial de 1,56% - referente unicamente a variação do INPC entre abril de 2017 a março deste ano. “Não há aumento real. É só recomposição das perdas. E se ficarmos calados, a sociedade vai achar que está tudo bem”, disse, na assembleia, o presidente do Sindicato da categoria, o Sinserpar, Gabriel dos Santos Luiz.

Na abertura da assembleia, na noite desta quarta-feira (18), o presidente fez um relato das negociações. “Nossa primeira conversa com o prefeito KIQ e secretários foi no dia 26 de março, para que houvesse tempo de negociar antes da prefeitura mandar o projeto de lei para a Câmara”, disse Gabriel. E a última reunião aconteceu quatro horas antes do início da Assembleia. “Estivemos novamente hoje (quarta-feira) na prefeitura e não teve novidade, mantiveram só o INPC”, disse ele, revelando que à saída do gabinete, uma diretora Sindicato disse ao prefeito que havia votado nele, mas saía da reunião decepcionada com ele. “Estamos todos decepcionados”, reforçou. A única novidade foi que o Governo Municipal acenou com a possibilidade de voltar a negociar no mês de agosto e eventualmente conceder algum reajuste.

Gabriel explicou que para não dar aumento real a administração municipal alega queda de arrecadação. “Pelo que vimos, de fato a arrecadação foi menor que a prevista. Mas há formas para reduzir despesas”, disse ele, quando vários servidores reclamaram de excesso de cargos de confiança, concentração de benefícios em poucos servidores. O Sindicato pediu a relação dos cargos comissionados e de quem está recebendo funções gratificadas. A Administração ficou de fornecer a relação nos próximos dias.

No encontro de quarta-feira com o prefeito, a diretoria questionou a abertura de concurso para 43 cargos, pois “enquanto estiver contratando, não terá como dar aumento aos servidores”. O concurso será apenas para promover substituições. “O prefeito contou que nos próximos cinco anos vão se aposentar 420 servidores. O concurso será só para cadastro de reserva. Ele garantiu que não haverá contratações novas, só substituições de quem se aposentar”.

Na mesma ocasião, Gabriel chegou a dizer ao prefeito que se ele está anunciando que seu governo tem uma aprovação de quase 70% da população, esta aprovação é do servidor. “O prefeito pode ser bem avaliado e torço para que ele seja. Mas a boa avaliação depende e é também para o servidor”, disse.

O presidente do Sinserpar explicou que não há como recusar a proposta da prefeitura. “Não temos o que fazer. Vamos continuar honrando nosso compromisso de levar um serviço de qualidade à população, mesmo insatisfeito com o salário. Mas temos que externar esta insatisfação”, insistiu ele.

PROTESTO -  Levado à votação, os servidores aprovaram realizar uma manifestação no próximo dia 28 pela manhã para que “a sociedade saiba da nossa insatisfação”. A assembleia deliberou que os servidores, usando camisetas pretas, vão se reunir entre 9 e 10 horas na Praça dos Pioneiros, sairão de lá em passeata pela Rua Getúlio Vargas até o Paço Municipal, onde serão feitos pronunciamentos. Serão colocados faixas e cartazes em protesto por falta de aumento real desde o ano passado. Questionada sobre o assunto, a diretoria afastou qualquer possibilidade de fazer greve. “Não há embasamento legal para isso”, explicou.

Gabriel dos Santos revelou que buscou informações sobre o reajuste em outros municípios “e praticamente todos eles deram alguma coisa além do INPC”. Em Maringá, por exemplo, o reajuste foi de 1,81%, mas o valor do vale-alimentação passou de R$ 250,00 para R$ 312,50. Já em município menor, como Tamboara, o reajuste foi de 2,95%. “Na média, as prefeituras reajustaram os salários entre 3% e 4%”, informou ele.

Os servidores entenderam também que há necessidade de uma ação política contra a administração municipal. Foi sugerido e acatado que os servidores disseminem entre a categoria a ideia de não votar nas eleições deste ano, em candidatos apoiado pelo prefeito. Esperam que, desta forma, chamem a atenção e ganhem o apoio dos pretensos candidatos apoiados plo prefeito. Se até setembro nada mudar, dizem eles, haverá um boicote a esses candidatos.

Ainda na área política, servidores questionaram se a categoria está tendo apoio de vereadores. “Até agora me telefonaram e manifestaram apoio os vereadores Lucas Barone, a Zenaide (Borges) e o Carlos (Professor Carlos)”, respondeu.

Durante e ao final da reunião, Gabriel insistiu na união dos servidores em torno do Sindicato. “Não adianta ficar reclamando sozinho. Temos que nos unir. Prestar um serviço de qualidade e cobrar nossa valorização. Mas sem confronto, de forma respeitosa. Inclusive em nossa manifestação, vamos tomar todas as providências para não prejudicar o comércio. Só queremos que a população saiba do nosso descontentamento. Mas o descontentamento não vai prejudicar a qualidade de nosso serviço”, reforçou o presidente Gabriel dos Santos.

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