Reeleito para mais um mandato de três anos, o
presidente do Sindicato Rural de Paranavaí, Ivo Pierin Júnior, disse, após a
divulgação do resultado do pleito, que o desafio agora é fortalecer a entidade
buscando novas alternativas de renda para substituir a contribuição sindical,
que deixou de ser compulsória. “Temos que encontrar mecanismos para não deixar
que se perca o Sistema que foi construído ao longo dos anos, com técnicos
treinados e preparados para defender os interesses dos produtores rurais”, disse
ele.
A eleição no Sindicato aconteceu nesta
sexta-feira (19) na sede da entidade. Mesmo sendo chapa única concorrendo, o
estatuto determina que devem participar do pleito ao menos dois terços dos
associados. Não comparecendo este número, deve ser marcada uma segunda votação.
Eram necessários 134 votos para validar a eleição e compareceram às urnas 143
votantes, dos quais 139 votaram sim, três não e um anulou o voto. A votação foi
da 8 às 17 horas e o escrutínio aconteceu em seguida,
Pierin antecipou que alguns dos novos
serviços que poderão ser oferecidos aos produtores como forma de ampliar os
benefícios aos associados e buscar alternativa de renda para a sustentação do
Sindicato estão a produção de projetos de financiamentos agrícolas e a
celebração de convênios com empresas para ofertar descontos aos sindicalizados.
O presidente reeleito reconheceu que ainda é
grande o número de produtores que não estão filiados ao sindicato. Defendeu que
o setor conheça o Sistema que defende seus interesses, formado pelos sindicatos
rurais, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR) e Confederação Nacional da Agricultura (CNA). “Os
produtores, de uma maneira geral, ainda não tiveram a percepção que o sistema é
fundamental para a nossa categoria”, comenta Pierin.
Neste novo mandato, o presidente quer ampliar
as formas de comunicação com os produtores rurais. “Temos que ir até eles,
mostrar os benefícios que o Sistema oferece e convidá-lo a participar. O que
mais me preocupa é que sem esta conscientização, o Sistema vai enfraquecer e só
aí o produtor vai sentir sua falta”, adverte o líder rural.
Pierin diz que a não participação maciça dos
produtores no Sindicato, além de enfraquecer economicamente a entidade ainda
fragiliza a representação, especialmente a nível local. “Os candidatos a
prefeito e vereador colocam a agricultura como prioridade, mas depois ficamos
marginalizados, porque não atuamos organizadamente. Alguns vão aos prefeitos e
vereadores pedir uma melhoria numa estrada rural, por exemplo. Mas não é uma
ação articulada. E quem perde somos nós mesmos”, avalia ele.
RESERVA
INDÍGENA - Felizmente, diz Ivo, se a nível dos municípios a
representação está prejudicada, a FAEP e CNA tem sido ouvida pelos governos estaduais
e federais. “Nossas entidades estadual e federal têm uma atuação forte e diária,
porque tem um corpo técnico de alta qualidade. O problema vai ser se tivermos
que enxugar estes quadros. Refazer depois não vai ser fácil”, adverte ele.
O presidente reeleito dá um exemplo da
necessidade da manutenção do sistema e sua importância para os produtores.
Conta que recentemente uma antropóloga avaliou uma área de 18 mil hectares na
região de Guaíra e Terra Roxa como passível de desapropriação para se tornar em
reserva indígena. “O problema é que naquela região não tem mais índios
brasileiros. Os que estão aparecendo por lá são do Paraguai. E quem vai mostrar
isso? Quem vai contestar este estudo? Quem vai financiar um projeto
independente? É o nosso Sistema. Por isso que ele não pode ser desmontado. Ele
tem que ser mantido, ampliado e continuar atento em defesa da categoria”,
arremata Pierin Júnior.