Polícia Científica de Paranavaí ganhará tanque balístico

A Polícia Científica de Paranavaí, que acaba de completar um ano de implantação na cidade, deve ganhar em breve, mais uma estrutura que vai ajudar na elucidação de crimes. É o tanque balístico, um local preenchido por uma solução líquida, onde os peritos realizarão disparos em seu interior de forma segura. O tanque auxiliará na perícia de armas de fogo e munições apreendidas em locais de crime.

A estrutura está sendo construída por meio de uma parceria com o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), que conseguiu doações de materiais de construção e de recursos para custear a mão de obra.

Materiais de construção já estão no IML de Paranavaí

O Chefe da Polícia Científica de Paranavaí, Evandro Luiz Lustre, explica que essa estrutura é uma necessidade da unidade e vai agilizar o trabalho dos profissionais e, consequentemente, as respostas à população.

"O tanque balístico tem uma grande importância na celeridade do processo, pois conseguiremos fazer tudo de forma local, não mais tendo que enviar para Curitiba, que já atende diversas regiões do estado. Com isso, o processo vai ser mais célere e não vai sobrecarregar tanto a capital", explica Lustre.

O Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) em parceria com outras empresas e entidades, já viabilizou diversas melhorias para a sede da Polícia Científica de Paranavaí, desde o conserto da geladeira, utilizada para armazenar corpos, até câmeras de monitoramento e grades de segurança para custodiar objetos apreendidos. 

O presidente do Conselho, Claudio Miguel de Souza, explica que essa obra vai ficar em torno de R$ 5 mil reais, incluindo materiais de construção e mão de obra. O recurso foi conseguido com empresas parceiras do Conselho e também foi solicitado apoio do Banco do Brasil para custear parte do trabalho.

"O tanque balístico é uma necessidade que Paranavaí tem, além disso, com essa estrutura, há a possibilidade de contratação de mais um profissional para atuar na unidade. Atualmente, o atendimento é feito todo em Curitiba, para depois devolver os resultados, então, com esse tanque, vamos agilizar o trabalho", salienta o presidente.

A obra deve iniciar na próxima semana e ser finalizada até meados de junho. Um perito ficará responsável pela coleta do padrão dos projéteis recolhidos.

Evandro Luiz Lustre (chefe da Polícia Científica da Paranavaí) e Claudio Miguel de Souza (presidente do Conseg)

Banco de dados de armas

O chefe da unidade lembra que o Paraná é o primeiro estado do Brasil a auxiliar a elucidação de crimes de homicídio cometidos com armas de fogo por meio do Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB), desenvolvido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e implementado em 2022.

O programa começou a ser utilizado em fevereiro e em abril os peritos da Polícia Científica do Paraná foram capazes de apontar a conexão entre as armas e as munições usadas em dois crimes ocorridos em Curitiba. 

O sistema permite que peritos cadastrem os elementos de munição (estojos e projéteis) relacionados a crimes para formação do Banco Nacional de Perfis Balísticos (BNPB). O modelo automatizado ajuda a rastrear munições e as correlações com outros casos para saber se a mesma arma foi utilizada em mais crimes.

Os equipamentos produzem imagem de alta definição de projéteis e estojos encontrados em locais de crime e vão auxiliar, cada vez mais, a análise manual dos peritos. A lógica é similar ao Banco Nacional de Perfis Genéticos, que tem auxiliado as forças de segurança há mais tempo.

"Como esse banco é nacional, uma vez inseridos esses dados é possível identificar se aquela arma foi usada em outros crimes. A coleta de padrão é justamente para isso, para poder inserir no banco de dados" esclarece Lustre.