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Mais de 700 comerciários participaram de manifestação no sábado, diz organização

Funcionários do comércio contestam calendário comercial que sugere trabalho aos domingos e feriados e também pedem por reajuste salarial de 2,05%.

Publicado em 31/08/2020 às 03:13
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Manifesto foi em frente à Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Foto: Portal da Cidade Paranavaí)

Comerciários (as) de Paranavaí participaram de uma manifestação no último sábado (29), em protesto ao calendário de trabalho sugerido pela Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap) e pelo reajuste de 2,05% nos salários, que segundo o Sindicado dos Empregados no Comércio de Paranavaí (Sindoscom), seria a reposição da inflação.

Segundo uma das comerciárias e organizadoras do ato, Eliz Rodrigues, mais de 700 trabalhadores do comércio participaram da manifestação que saiu às 13h30 da Praça dos Pioneiros, percorreu ruas centrais e se concentrou em frente à Aciap. Mais de 160 veículos estiveram na carreata.

"Foi muito pacífico, percorremos a cidade e fizemos o protesto. O que nós não abrimos mão é dos domingos, feriados, deste terceiro sábado [até às 17h] que está sendo imposto e do reajuste simbólico de 2,05%. Queremos que a Aciap reavalie a proposta de calendário que nós fizemos, justo para os dois lados", afirmou Eliz.

Quanto ao reajuste salarial, a presidente do Sindoscom, Leila Vanda Aguiar, disse que no início da negociação, ainda em abril, o valor sugerido pelo sindicato era de 8%, mas tendo em vista a atual situação econômica causada pela pandemia, optou-se pelo valor de 2,05%, apenas a reposição da inflação. Atualmente, o salário do comerciário em Paranavaí é de R$ 1.404,12.  


Em nota, a Aciap disse que o calendário é apenas uma sugestão e o empresário tem o direito de escolher se segue ou não, de acordo com a legislação trabalhista. 

Veja a nota na íntegra divulgada pela entidade:

"É importante frisar que na ausência de uma convenção coletiva homologada entre os sindicatos, o que prevalece é a CLT e a legislação municipal. Sendo assim, atualmente o empresário tem a liberdade de abrir o dia e o horário que quiser limitando-se apenas a legislação trabalhista (carga horária de trabalho, adicional noturno, etc.)

- A Aciap, como em todos os anos, criou apenas um calendário comercial sugestivo, que é submetido para apreciação dos sindicatos e sempre configurado pelos interesses dos mesmos, assim se procedeu em anos anteriores. Tal calendário sugestivo acabou sendo vazado para algumas empresas antes mesmo de ser configurado pelos sindicatos. Sendo assim, a Aciap resolveu publicar em seu site para que não houvesse prejuízo às empresas que não tinha acesso ao documento vazado.

- O critério para elaboração do calendário sugestivo levou em conta os 15 dias que o comércio ficou fechado em virtude do isolamento social provocado pela pandemia.

- Reafirmamos que a prática do calendário comercial (sugestivo ou homologado) é opcional. As empresas podem seguir se acharem conveniente ou estratégico para o seu negócio. Assim, como no cenário atual, sem a convenção coletiva homologada, a empresa tem a liberdade de abrir o dia e o horário que quiser, mesmo não constando no calendário sugerido pela Aciap

- A Aciap não estimula "carga horária abusiva" aos trabalhadores do comércio como tem sido afirmado pelo Sindoscom. Sempre reiteramos e orientamos em nossos comunicados aos nossos empresários o cumprimento integral da CLT, especialmente quando alertamos que o empresário não deve ultrapassar a carga horário do seu trabalhador.

- A Aciap aguarda que os sindicatos entre em acordo para configurarem o calendário que lhes interessam e, assim que for homologado, a Aciap publicará e divulgará amplamente o calendário acordado e não o sugerido. Sendo assim, até que não haja o acordo, o calendário publicado no site da Aciap é provisório.

- A convenção coletiva, o calendário comercial e a política de reajuste salarial são premissas dos Sindicatos e não da Aciap. Nos últimos anos a Aciap é consultada e ouvida prestimosamente pelo Sivapar, que também leva em consideração as nossas reivindicações. 

- A Aciap preserva a sua defesa em favor do empresário pelo reajuste zero. A grave crise instaurada pela pandemia mostra que os indicadores econômicos apontam que esse ano deve ser o pior da economia de Paranavaí. E, assim como foi adotado pela iniciativa governamental (que congelou o salário de servidores pelos próximos dois anos) e de vários outros segmentos da iniciativa privada que anunciaram o reajuste zero, consideramos inexequível qualquer aumento de salário no ano corrente. O esforço do comerciante para esse ano deve ser da manutenção dos postos de trabalho." 

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