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Fake news

Fotos de cratera atribuídas a meteoro que passou pela região noroeste são fake

Os registros referem-se a um fenômeno que aconteceu em Minas Gerais em 2017 e nada tem a ver com meteoro

Publicado em 14/09/2019 às 08:31
Atualizado em

(Foto: Reprodução/ Youtube)

Desde esta sexta-feira (13), quando um meteoro passou pela região noroeste do Paraná e foi visto ou ouvido por centenas de moradores, começaram a surgir vídeos, em grupos de mensagens, muitos antigos, de fenômenos que aconteceram em outras cidades, e fotos de crateras, em que os autores das mensagens afirmam terem sido causadas pelo meteoro. 

Em um dos casos, mais exagerados, aparece um buraco de mais de 20 metros de diâmetro, acompanhada de um áudio que diz que a cratera foi resultado do meteoro, que teria caído na cidade de Amaporã. Em outra mensagem, a mesma foto é usada, mas o autor da fake news relata que é em Paranavaí.

Muitas pessoas acabaram repassando as imagens na redes sociais e acreditando serem verdadeiras. Os registros, no entanto, são falsos e não referem-se ao fenômeno que aconteceu nesta sexta-feira no Paraná, mas a um caso registrado em uma fazenda em Coromandel, Minas Gerais, em 2017, e nada tem a ver com meteoro, mas com uma característica da formação rochosa do local, que é de região calcária, parcialmente solúvel a ação do tempo, o que teria levado a dissolução e causado o buraco, conhecido como dolina.

Segundo o Astrônomo e pesquisador do Observatório Nacional (ON), Marcelo de Cicco, o meteoro que passou por Paranavaí e região não tem potencial para causar grandes estragos, pois ao entrar na atmosfera a uma velocidade de 100 mil a 120 mil km por hora, ele se fragmenta, e se algum pedaço chegar a atingir o solo, será pequeno. “O máximo que pode acontecer, caso um vestígio de meteorito atinja uma casa, é quebrar uma telha”, explica o pesquisador.

Rota do meteoro

Ainda nesta sexta-feira (13), os pesquisadores conseguiram traçar a trajetória preliminar do meteoro que passou pelo noroeste. Segundo a análise preliminar do Exoss, grupo especializado de astrônomos profissionais e amadores que estudam e monitoram esse tipo de fenômeno, baseada nos relatos visuais e em vídeos, o bólido (meteoro brilhante) teria percorrido uma trajetória aguda de sul para norte, com ponto de impacto a 6 km, a noroeste de Japurá – PR, com possibilidade de ter gerado meteoritos (pequenos pedaços que impactam com o chão).


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