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década de 90

Boxeador Maguila já participou de luta no Noroestão, em Paranavaí

O Portal da Cidade falou com a esposa do ex-pugilista e com moradores de Paranavaí que acompanharam este momento de perto. Relembre!

Publicado em 29/04/2024 às 17:15
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(Foto: Arquivo pessoal | Maguila)

Por Laís Morais

No mês passado, completaram 30 anos que Paranavaí recebeu a visita histórica do ícone do boxe brasileiro e ex-pugilista, José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila. Em 26 de março de1994, ele nocauteou o oponente no Ginásio Noroestão. Mas, o que se sabe sobre esse momento tão emblemático para nossa cidade?

O Portal da Cidade foi atrás desta história e conseguiu falar com moradores que presenciaram o fato. Além disso, a própria esposa do lutador, Irani Pinheiro, relembrou com carinho de Paranavaí. "O povo foi muito acolhedor conosco. Lembro como se fosse hoje, e o prefeito da época também nos recebeu muito bem. Sobre a luta, foi muito importante, afinal foi um nocaute", diz.

Ginásio Noroestão - Foto: Antônio Kuhnen

Durante a produção da reportagem foi possível perceber que algumas pessoas se confundem quanto ao resultado do embate. Maguila saiu vencedor. Na ocasião, subiu ao ringue para enfrentar o norte-americano Dam Ramsey e o derrotou no 2º round, dentro do Noroestão. O cartel do brasileiro tem registros de 85 lutas, com 77 vitórias, sendo 61 por nocaute. 

Adilson Maguila foi um ídolo nacional da mesma proporção que Ayrton Senna e "sempre teve uma ligação muito forte com o Sul do país", segundo o jornalista Fernando Tucori, autor da biografia oficial de Maguila. A obra já foi aprovada e está em processo de captação de recursos pela Lei Rouanet. "Depois de ficar um tempo parado, perguntaram para ele como queria voltar e ele respondeu que gostaria de lutar no Paraná. Foi assim que chegou a Paranavaí", afirma Tucori.

Outro exemplo que demonstra a grandiosidade de Maguila é que, em determinado episódio do seriado Chaves, a dublagem brasileira menciona Maguila por meio do Seu Madruga. Ele chama Dona Florinda de Dona Maguila, pois está sempre apanhando dela. (Veja a passagem no Youtube).

Foto atual: Maguila acompanhado de Fernando Tucori, o autor da biografia oficial.

Tucori também revelou que uma das lembranças mais fortes que Maguila guarda é a comemoração após a vitória. O lutador foi a um bar que servia comidas exóticas dificilmente encontradas em outros lugares, como porções de pacu, jacaré, rã e até testículos de peru. Além da experiência gastronômica, o nome do estabelecimento foi o que realmente chamou a atenção do ex-pugilista: o tradicional Bar do Kengo, que levava o nome do proprietário Kengo Toyokawa.

Ao Portal da Cidade, o conhecido Kengo comentou sobre a passagem de Maguila a seu antigo bar. "Maguila e esposa, pessoas simpáticas, simples e de fácil comunicação. Eles vieram por indicação do hotel que estavam hospedados, pois éramos um point da cidade que oferecia um cardápio variado. Eles eram tão simples, que todos foram cumprimentá-los e tirar fotos.

Bar do Toyokawa (década de 90), conhecido como Bar do Kengo. Era localizado na Rua Manoel Ribas, Centro de Paranavaí.

Já o prefeito da época, José Augusto Felippe, confessou um pequeno desapontamento com a rapidez da luta. "Na ocasião, estava ocorrendo a Expo Paranavaí, então o levei e ele adorou nosso parque. Foram vendidos os ingressos para a luta e a renda foi revertida para as entidades assistenciais da cidade. Esperávamos dez rounds, mas ele derrubou o camarada no segundo. Não durou nem 5 minutos. O homem era forte!", disse Felippe.

O Portal da Cidade também conversou com Luiz Carlos Moscardini, um dos funcionários mais antigos do Hotel Elite, onde Maguila ficou hospedado. Infelizmente não há registros físicos da estadia do boxeador no estabelecimento, mas Moscardini recordou alguns detalhes."Eu lembro que a vinda do Maguila lotou o Noroestão e que ele ficou na suíte 702. Ele recebeu muitos fãs na porta do hotel, era uma pessoa muito bacana".

O morador de Paranavaí Nilson Prates Aguiar teve o privilégio de encontrar o ícone do boxe. "Após a luta, meu cunhado Angelo Spoladori me convidou para jantar na casa dele e o Maguila estava lá. No dia seguinte fomos à uma estância e pude conhecê-lo. Ele e a esposa eram pessoas bem simples", relembra.

Foto: arquivo pessoal Nilson Prates Aguiar

Hoje, aos 65 anos, Adilson Maguila trata de Encefalopatia Traumática Crônica, também conhecida como demência pugilística, muito comum em atletas do segmento. Ele vive em São Paulo e busca qualidade de vida e tranquilidade após mais de duas décadas de carreira. Há 15 anos, a família mantém o Instituto Maguila, que oferece aulas gratuitas de boxe na periferia oeste da cidade de São Paulo e região.

Paranavaí, para fins populacionais, é uma cidade considerada de médio porte pelo IBGE, mas, simbolicamente, devido à sua projeção em cenário nacional, e por sua rica história, pode ser considerada grande. Provas quanto à força de Paranavaí nunca faltaram e certamente jamais faltarão, seja no campo econômico, educacional ou esportivo.

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