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Projeto

Bombeiro Mirim ensina cidadania para crianças e adolescentes de Paranavaí

A ONG atende gratuitamente 60 alunos de baixa renda e trabalha os ensinamentos e a disciplina por meio da filosofia do bombeiro.

Publicado em 06/09/2018 às 06:42
Atualizado em

(Foto: Portal da Cidade Paranavaí)

(Foto: Arquivo/ Bombeiro Mirim)

Visita ao Corpo de Bombeiros de Paranavaí (Foto: Arquivo/ Bombeiro Mirim)

Ação Social de arrecadação de alimentos. (Foto: Arquivo/ Bombeiro Mirim)

Caminhãozinho feito na aula de arte em madeira. (Foto: Portal da Cidade Paranavaí)

Instrutores, junto com a coordenadora do projeto Greicy e o Comandante Aramis Pereira (à direita). (Foto: Portal da Cidade Paranavaí)

(Foto: Arquivo/ Bombeiro Mirim)

(Foto: Arquivo/ Bombeiro Mirim)

Eloíse Fernandes

Ensinar cidadania, disciplina e fazer o bem. Esses são alguns dos objetivos da ONG Bombeiro Mirim de Paranavaí. A entidade, que existe desde 2016, oferece diversas atividades culturais e esportivas gratuitas, além de proporcionar assistência para crianças e adolescentes carentes, de 6 a 16 anos, e seus familiares. No local, hoje são atendidos 60 alunos em dois turnos, com atividades direcionadas para turmas de 6 a 9 anos e de 10 a 16 anos, e ainda conta com mais de 40 nomes na lista de espera.

“Nós trabalhamos com a filosofia do bombeiro: cidadania, fazer o bem à natureza, ao cidadão, aos pais, respeitar os nossos líderes. Trabalhamos também o civismo, que é onde nós aprendemos a disciplina. Digo que aqui não é uma creche, é um quartel de crianças”, explica o Comandante do batalhão mirim, Aramis Pereira.

Os frequentadores da ONG, além de participarem das oficinas oferecidas, fazem acompanhamento com psicóloga, psicopedagoga e assistente social, uma equipe preparada para entender e instruir, não só os bombeiros mirins, mas também a família.  “Uma das nossas prioridades é trabalhar sempre junto escola, família e projeto. Nós temos essa preocupação educacional, de como a criança está em casa, como está na escola, se está rendendo e aprendendo”, explica a coordenadora e Psicopedagoga do projeto, Greicy Vizotto.

Sede do Bombeiro Mirim Paranavaí - Foto: Portal da Cidade

Quem ingressa no quartel já vai logo trocando de nome. Por lá, todos são conhecidos pelos “nomes de guerra” e, conforme vão se destacando nas atividades, podem subir de cargo. “Nós trabalhamos com a meritocracia. Temos patentes, onde eles começam como conscritos, sobem para soldados, cabos, sargentos e vão para oficiais. Essas promoções são conseguidas por meio de três notas: a do desempenho no quartel, a da família, em que visitamos as famílias com terapeuta familiar e assistente social e a nota do boletim escolar. O crescimento de patente é feito anualmente”, explica o comandante.

Cícera Virgulino Silva, mãe do bombeiro mirim, BM Cambuim, de 5 anos (o único admitido no quartel abaixo da idade mínima), hoje é voluntária do projeto e diz que só tem elogios a fazer. Segundo ela, o filho melhorou muito em questões de organização, obediência e respeito. O garoto dava trabalho na escola, e hoje a mãe diz que já está mais obediente. “Eu trabalhava fazendo faxina e os meus filhos ficavam em casa sozinhos. Aqui foi uma oportunidade pra eles aprenderem e não ficar só em casa ou na rua. É um projeto muito bom e eu espero que cresça e outras mães tenham a mesma oportunidade que tive”, conta.

No quartel mirim, de terça a sexta-feira, os bravos combatentes aprendem a filosofia do bombeiro. Participam de aulas de combate a incêndio, antidrogas, cidadania, civismo, combate a acidentes domésticos, primeiros socorros, nós e amarrações, e tudo que se aplica a filosofia dos bombeiros. Também fazem passeios, ação social para arrecadar alimentos e ajudar pessoas carentes e, para os pais, duas vezes no ano, é ministrado um curso familiar, financeiro e de administração. Além disso, são oferecidas para os frequentadores do batalhão, oficinas de dança, música, desenho, pintura, arte em madeira, lutas (jiu-jitsu e taekwondo) e outras.

Foto: Arquivo/ Bombeiro Mirim

Foto: Arquivo/ Bombeiro Mirim

Ana Gabriela Lessenko Veríssimo, a BM Lessenko, de 9 anos, que tinha um histórico de brigas na escola, diz que depois que começou a frequentar a ONG, aprendeu que lugar de luta é só no tatame. “No colégio eu batia nos meninos e brigava. Hoje mudou, sem bater e brigar, porque eles [professores] me falaram que isso era coisa que Deus não gostava”, conta.

Apesar de ser uma iniciativa que recebe ajuda de uma igreja evangélica, a coordenadora Greicy diz que o projeto não tem denominação religiosa e crianças de todas as religiões são aceitas. “É um trabalho separado, nós trabalhamos a questão cristã com as crianças, mas sem ter uma denominação de religião ou de igreja. Trabalhamos Deus, mas não entra a religiosidade. O que nós utilizamos aqui é o espaço que a igreja nos oferece. A igreja é uma das mantenedoras hoje, mas o trabalho com as crianças não é denominacional”, explica.

Além de receber ajuda financeira da igreja, para se manter, a ONG faz rifas e conta com alguns patrocinadores, mas de acordo com o Comandante, a entidade ainda precisa de muita ajuda para ampliar os serviços e oferecer melhores condições às crianças.  “Precisamos de parceiros que acreditem em nosso trabalho e nos ajudem na alimentação e com instrumentos de trabalho. Precisamos de computador, impressora, coisas essenciais, básicas. Materiais esportivos e administrativos. Precisamos de parcerias tanto em subsídios financeiros quanto na questão do lanche, pois quando a igreja não oferece, os pais é que compram.”

No projeto também é fornecido lanche para as crianças. Foto: Arquivo/ Bombeiro Mirim

Como surgiu o projeto

O projeto Bombeiro Mirim existe desde fevereiro de 2016. O Comandante do batalhão mirim, Aramis Pereira, que também é pastor evangélico, era morador de Curitiba e fez um curso de Bombeiros Mirins, na cidade de Arapongas, para implantar na cidade que residia. O projeto já existe em várias cidades do Brasil.

No entanto, o Comandante foi transferido para uma igreja de Paranavaí e resolveu implantar o projeto por aqui. Montou o batalhão mirim no Jardim São Jorge para ajudar a comunidade carente do bairro e de outras regiões da cidade. Atualmente, o comandante realiza o curso de bombeiro civil.

Como ser um bombeiro mirim de Paranavaí

São aceitos no projeto crianças e adolescentes de baixa renda, com idade mínima de 6 e máxima de 16 anos. Também é preciso estar cadastrado no CadÚnico. Quem tiver interesse, pode  procurar diretamente a sede dos bombeiros mirins, que fica na Avenida Heitor de Alencar Furtado, 1865, Jardim São Jorge.

Serviço

Quem quiser contribuir com qualquer tipo de doações para a ONG, se tornar um patrocinador ou um voluntário, pode entrar em contato pelos telefones: (44) 99811-6734 (Coordenação) ou (44) 99859-0367 (Comandante) ou ir pessoalmente à sede dos bombeiros mirins que fica na Avenida Heitor de Alencar Furtado, 1865, Jardim São Jorge.

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