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Ponto histórico

Banca do Wiegando deve encerrar quase 70 anos de história em algumas semanas

O local, fundado em 1954, irá fechar as portas até o final do ano e vão restar as boas lembranças e a saudade de tantas histórias lidas e contadas ali.

Publicado em 27/11/2021 às 09:31
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Propietária, Zenaide, que trabalha na banca desde 1967. (Foto: Portal da Cidade de Paranavaí)

Catarina Miranda

A tradicional Banca do Wiegando, que fica no Centro de Paranavaí, vai encerrar as atividade depois de quase 70 anos de história. Emocionada, a proprietária, Zenaide Elias de Almeida, contou detalhes sobre a decisão e a grande trajetória em entrevista ao Portal da Cidade.

Zenaide é baiana e conheceu o esposo, Wiegando Henke, já falecido e natural de Santa Catarina, na cidade poesia, há décadas. Ela lembra que quando se casaram, em 1954, ele já havia fundado a banca em um endereço diferente, mas próximo do atual. A partir de 1967 o comércio passou a atender em prédio próprio, conhecido até hoje.

"Eu fico feliz e triste, pois os clientes se tornaram amigos, mas eu estou bem, aposentada e posso parar de trabalhar depois de tanto tempo. Vou aproveitar para ficar com meus netos, viajar e visitar parentes", afirmou ela.


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Zenaide explica que o principal motivo de encerrar as atividades é o fim da distribuição dos jornais impressos que vinham do Estado de São Paulo. Ela era a representante de grandes veículos, como Estadão e Folha de São Paulo, e era responsável pelas entregas para mais de 300 assinantes em Paranavaí e região.

Ela disse que manter a banca somente com o lucro das revistas seria pouco, pois, apesar de ser dona do prédio, ainda há despesas para pagar. Além disso, Zenaide afirma que a diminuição do movimento acontece desde 2000, quando a internet ganhou espaço.

De domingo a domingo ela trabalhava e, como de costume, aos finais de semana, o pessoal passa pelo local de maneira cativa. "Recebi muitos questionamentos nos últimos dias das pessoas, de onde iriam agora, já que a banca iria fechar", menciona a proprietária.

Segundo a viúva de Wiegano, em épocas de eleição ou campeonatos de futebol o movimento era intenso, principalmente quando não havia internet. "A gente não tinha horário para fechar, apenas para abrir. Tinha dias que ficávamos recebendo o povo até 23 horas. Hoje em dia são colecionadores que procuram os gibis, é difícil os mais novos que não estão ligados nas tecnologias, o pessoal parou de ler no físico", pontua Zenaide.

A aposentada relata que vai sentir falta da banca, e que muitas histórias marcantes e momentos foram colecionados ao longo desses quase 70 anos. Ela deixa uma mensagem de gratidão. "Eu agradeço por todo esse tempo, nós sempre gostamos da banca e os frequentadores se tornaram uma família, é assim que considero!", finaliza.

Em dezembro deste ano o local irá fechar as portas e vão restar as boas lembranças e a saudade. As revistas são consignadas e assim que tudo for devolvido e acertado, a lendária banca ficará apenas na memória dos paranavaienses.

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