18 de maio é o Dia Nacional de Enfrentamento Contra o Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Buscando conscientizar e chamar a atenção da comunidade para o problema, adolescentes que participam das oficinas do Centro da Juventude fizeram um “paradão” nesta sexta-feira (17) no semáforo da Rua Marechal Cândido Rondon (ao lado do Banco do Brasil), com a apresentação de um miniteatro.
“A violência sexual praticada contra crianças e adolescentes envolve vários fatores de risco e vulnerabilidade quando se considera as relações de geração, de gênero, de raça/etnia, de orientação sexual, de classe social e de condições econômicas. Nessa violação, são estabelecidas relações diversas de poder, nas quais tanto pessoas e/ou redes utilizam crianças e adolescentes para satisfazerem seus desejos e fantasias sexuais e/ou obterem vantagens financeiras e lucros. Nesse contexto, a criança ou adolescente não é considerada sujeito de direitos, mas um ser despossuído de humanidade e de proteção”, destaca a presidente do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), Silvânia Maria de Souza.
Anualmente, o Comitê Nacional e organizações parceiras
destacam o “18 de Maio” para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda
a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos de crianças e
adolescentes, especialmente o direito de crescerem saudáveis e livres do abuso
e da exploração sexual. A campanha "Faça Bonito" hoje está em todos
os cantos do Brasil, sendo representada por uma Flor, simbolizando o cuidado e
a proteção que devemos ter com as meninas e meninos do Brasil. A cada ano
registra-se uma adesão maior de municípios na mobilização em torno do “18 de
Maio” por meio de caminhadas, audiências públicas, debates nas escolas,
concurso de redação nas escolas, exibição de filmes e debates, realização de
seminários e oficinas temáticas e de prevenção a violência sexual, panfletagem,
criação de produtos de comunicação sobre a temática, campanhas nas rádios e
entrevistas com especialistas entre outros.
A importância da denúncia - De 2011 a junho de
2018, o Disque 100 registrou mais de 180 mil denúncias de violência
sexual contra crianças e adolescentes. Apenas no primeiro semestre de 2018, o
Disque 100 registrou 8,5 mil casos de violência sexual contra crianças e
adolescentes em todo o país. No ano anterior, 2017, foram mais de 20 mil
ocorrências desse tipo de violação. Nem todos os crimes sexuais chegam a ser
denunciados, portanto, o número total de casos deve ser muito maior.
De acordo com o IPEA, a probabilidade de a vítima sofrer
estupros recorrentes é proporcionalmente associada à relação de domínio do
agressor sobre a vítima. Ou seja, quanto menor for a chance de a vítima ser
capaz de denunciar o agressor, maior será a probabilidade que estupro seja
recorrente. Ainda de acordo com o Instituto, quando o agressor é familiar, a
chance de recorrência é maior. Residir fora da área urbana também compõe um
fator maior de risco de estupro.
Levando em consideração os fatores de risco, percebe-se que
é ainda mais preocupante a prevenção da violência na primeira infância, uma vez
que meninas e meninos nessa idade estariam mais vulneráveis, tendo menos
autonomia para denunciar.
O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia,
incluindo sábados, domingos e feriados. As ligações podem ser feitas de todo o
Brasil por meio de discagem gratuita, anônima, de qualquer terminal telefônico
fixo ou móvel (celular), bastando discar 100. (com informações do
site www.facabonito.org.br)