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estado de greve

Estudantes da Unespar fazem paralisação nesta quinta e sexta-feira, em Paranavaí

Uma das principais reivindicações dos estudantes é a contratação de professores e agentes administrativos para atuarem no campus.

Publicado em 27/03/2019 às 00:49
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Universidade terá aulas suspensas nesta quinta e sexta-feira. (Foto: Arquivo/ Portal da Cidade Paranavaí)

Acadêmicos se reuniram em assembleia na última segunda-feira. (Foto: DCE)

Acadêmicos da Unespar estão organizando uma paralisação nesta quinta e sexta-feira (dias 28 e 29) no Campus de Paranavaí. Um dos motivos da ação, segundo o Diretório Central dos Estudantes (DCE) é a falta de professores e servidores para atuarem na instituição. Hoje, apenas seis profissionais são responsáveis por todos os serviços administrativos do campus de Paranavaí. Isso se deve ao fato de que funcionários concursados que se aposentaram, faleceram ou deixaram a instituição, não foram substituídos.

“Nós passamos pela falta de servidores na instituição. Contamos apenas com seis agentes universitários para atender o campus todo. Os professores, a maioria são PSS [contratações temporárias]. E o motivo principal da nossa mobilização é que o governo não libera as horas para a contratação dos professores PSS, que fazem processo seletivo e são professores temporários. Essa já é a precarização da precarização e o governo do estado não libera nem essas horas para esses professores, que tapam buraco, darem aula. Todo ano acontece isso, iniciamos sem professor e só lá no meio do ano são contratados e são professores que só dão aula. A universidade precisa de professores concursados para que se desenvolva seu tripé indissociável: pesquisa, ensino e extensão”, explica o vice-presidente do DCE de Paranavaí, Heitor Furtado.

A paralisação foi decidida na última segunda-feira (25), quando os estudantes se reuniram em assembleia geral para debater sobre a situação do campus e as medidas que a comunidade acadêmica pode tomar para obter um retorno positivo do governo. Na reunião foi definido estado de greve. O governo terá até segunda-feira(1º) para  assinar o decreto que libera horas para contratação de professores temporários e para se posicionar quanto ao atendimento das demais reivindicações, caso contrário, a Universidade poderá entrar em greve.

Assembleia realizada na última segunda-feira (25). FOTO: Divulgação/ DCE

“Nossa verba de custeio caiu pela metade ao longo do tempo. A verba para o desenvolvimento, para ampliação foi reduzida a zero. Hoje nós temos o bloqueio de 30% da fonte de recursos próprios, que não vem do estado, que são adquiridos pela gestão de cada campus e há a previsão que até novembro, haja um bloqueio ainda maior do contingenciamento”, explica o representante do DCE.

Ainda segundo o estudante, outra questão que precisa ser revista é a respeito dos profissionais já concursados, que aguardam por uma nomeação e, muitas vezes, o prazo de validade do concurso termina e eles não são chamados. No ano passado, por exemplo, a biblioteca do campus foi fechada durante um manifesto em apoio a uma servidora, aprovada em concurso há quatro anos e que aguardava pela contratação. "Ela ganhou na justiça o direito de trabalhar, pois o concurso já havia caducado. Essa movimentação surtiu efeito, pois hoje a bibliotecária está em exercício, mas a gente ainda atua muito abaixo até mesmo do que é visto como “toque de caixa”. As atividades estão bem comprometidas e está insustentável”, explica.  

Sobre o manifesto

Para esta quarta-feira (27), às 21h, está marcado um manifesto dos estudantes no Campus da Unespar, em frente ao Prédio Administrativo.

Na quinta-feira (28) haverá paralisação das aulas. Ocorrerá discussão nos três turnos, no próprio Campus, sobre o tema: Autonomia universitária. Durante a manhã e a tarde, a reunião será em frente à biblioteca do campus e à noite em frente ao prédio administrativo.

Na sexta-feira (29) também haverá paralisação das aulas e será construído um documento, pelos estudantes, com reivindicações para encaminhar à Casa Civil e para a Secretaria de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior (SETI).

No sábado (30), às 9h, haverá um manifesto saindo da Praça dos Pioneiros pelas ruas do Centro da Cidade.


As reivindicações feitas pelos estudantes são as seguintes:

1. Liberação oficial das horas necessárias para a contratação de professores temporários;

2. Nomeação e posse dos professores já aprovados em concursos públicos anteriores;

3. Anuência das vagas de professores efetivos que não atuam mais na instituição, por motivo de aposentadoria, óbito ou remoção;

4. Realização de novos concursos para professores e agentes universitários;

5. Retirar a UNESPAR do programa Meta4;

6. Demais reivindicações com relação ao orçamento, custeio, infraestrutura etc.


Além de Paranavaí, o Campus de União da Vitória também  terá paralisação das aulas de quarta a sexta-feira, por motivos semelhantes.

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